Como as compras governamentais de pescados impulsionam a produção local?

Mercado Institucional.

Segundo explica o professor Giovanni Resende de Oliveira, do Curso CPT Comercialização de Pescados: Aquanegócio e Relações de Mercado, a relação simbiótica entre o governo e o setor produtivo tem sido cada vez mais reconhecida como um motor para o desenvolvimento econômico e social. Nesse contexto, a compra direta de produtos provenientes da piscicultura e da agroindústria familiar de pescado por entidades governamentais, como empresas públicas, autarquias e prefeituras, emerge como um canal de comercialização altamente benéfico. Essa abordagem não apenas fortalece os elos entre produtores e governo, mas também impulsiona a economia regional, promove a segurança alimentar e valoriza a produção sustentável.

Programas governamentais como a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) têm se destacado como veículos de promoção dessa relação simbiótica. Através desses programas e outras licitações diversas, o governo estabelece uma conexão direta com produtores e agroindústrias familiares, promovendo a compra de seus produtos para abastecer instituições públicas e programas alimentares.


A agroindústria familiar de pescado, muitas vezes composta por produtores de menor escala, ganha um impulso significativo através da compra direta pelo governo. Essa abordagem proporciona aos produtores uma demanda constante e previsível, fator fundamental para o planejamento de suas operações. Ao firmar contratos de fornecimento, os produtores podem melhorar a qualidade de seus produtos, investir em práticas sustentáveis de produção e expandir seus negócios com confiança.


Além disso, a compra direta estimula a economia regional ao fortalecer a cadeia produtiva como um todo. Empregos são gerados não apenas na produção, mas também na distribuição, processamento e transporte dos produtos. Essa dinamização econômica tem um efeito cascata que beneficia comunidades locais, contribuindo para o desenvolvimento socioeconômico.


No que diz respeito à segurança alimentar, a compra direta pelo governo desempenha um papel crucial. O PNAE, por exemplo, ao fornecer alimentos saudáveis e nutritivos para escolas, contribui para a formação de hábitos alimentares positivos desde a infância. Além disso, programas como o PAA incentivam a diversificação da dieta e o consumo de alimentos locais, reduzindo a dependência de produtos importados e promovendo a autossuficiência.


A compra direta também fomenta a produção sustentável. Produtores que almejam contratos com o governo têm um incentivo adicional para adotar práticas que respeitem o meio ambiente e a conservação dos recursos naturais. Isso cria um ciclo positivo em que a produção responsável é recompensada e incentivada.

Para isso, os produtores devem ficar atentos às chamadas publicadas pelos órgãos públicos e ter seus negócios vinculados ao serviço de inspeção.

Compra por instituições públicas.

Algumas das instituições que podem ser atendidas pelos piscicultores e incluir o pescado no cardápio do alimento oferecido às pessoas que atende são:

• Creches;
• Escolas;
• Restaurantes universitários;
• Instituições de acolhimento (asilos, abrigos, albergues, etc.);
• Restaurantes populares;
• Unidades de saúde (hospitais, UPAs, centros psiquiátricos, casas de recuperação, etc.);
• Bases e quartéis das Forças Armadas;
• Sistema prisional (presídios, penitenciárias, cadeias, APACs).

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Por: Thiago de Faria