
O período pré-parto é composto pelos 21 dias antes do parto e faz parte do período de transição, que engloba os 21 dias antes do parto e os 21 dias após o parto.
Além disso, "no pré-parto a vaca ainda está no período seco, que é uma pausa na lactação fundamental para a recuperação das glândulas mamárias e renovação das células para uma futura nova lactação", explica Pedro Henrique de Araújo Carvalho, professor do Curso CPT Estratégias de Alimentação para Vacas em Pré-parto e Lactação.
Muitos produtores julgam que as vacas em pré-parto só trazem prejuízos, já que não produzem leite, por isso negligenciam esse estágio. Não oferecer os cuidados necessários às vacas em pré-parto desencadeia grandes consequências para a produção, que podem perdurar por anos.
Na fase pré-parto existem algumas limitações relacionadas à própria vaca, ao manejo desses animais e ao aproveitamento da dieta, por isso admite particularidades no seu manejo nutricional.
As vacas no pré-parto apresentam baixo consumo de matéria seca, pois, como boa parte da sua cavidade abdominal está ocupada pelo feto, há pouco espaço no rúmen para a digestão de alimentos. Entretanto, o feto em desenvolvimento encontra-se em crescimento acelerado, com taxas de ganho de peso de até 500 g a 1 kg por dia, tirando seu aporte nutricional diretamente da nutrição da mãe.
Além disso, as nulíparas, no pré-parto, passam por um desenvolvimento muito acelerado da glândula mamária, culminando na colostrogênese, que será mais intensa nas últimas horas antes do parto, mas já se iniciando 30 dias antes dele. O colostro, em função da sua alta densidade energética, é um composto que precisará de muita quantidade de nutrientes para ser formado.
Nesse sentido, o consumo decrescente a partir da terceira semana pré-parto coloca a vaca em situação de balanço energético e proteico negativo. O animal precisará, então, mobilizar o tecido corporal para suprir a mantença e a exigência de formação do colostro e desenvolvimento fetal.
Em animais de alta produção, o balanço energético negativo é inevitável, apenas cabendo aos produtores preocuparem-se em diminuir sua intensidade por meio de ações como:
- Evitar que as vacas, principalmente as de alta produção, sejam acometidas por distúrbios metabólicos como hipocalcemia, cetose e esteatose hepática.
- Evitar a diminuição do aporte nutricional para a glândula mamária para uma boa produção de colostro.
- Não diminuir o aporte nutricional para o útero gravídico, pois o feto deve ter um crescimento adequado para que tenha um peso satisfatório ao nascimento.
Tais ações giram em torno do consumo de matéria seca, o qual será o principal determinante da eficiência durante o período pré-parto. Quanto mais perto da data do parto, menor será o consumo pela vaca, o que se deve principalmente por questões hormonais, como a alta concentração de estrógeno, a queda na progesterona no fim da gestação e o útero gravídico liberando cortisol fetal.
Portanto, todo o manejo nutricional do pré-parto será baseado em tentar aumentar o consumo de matéria-seca e de alguns nutrientes específicos.
Gostou das nossas dicas? Leia a(s) matéria(s) abaixo e aprenda mais sobre o assunto:
- Lipídios na alimentação de vacas em lactação. Sim ou não? Muito ou pouco?
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Por Silvana Teixeira.
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