“A produção de larvas de peixes não está livre da ação de agentes patogênicos, que podem ser transmitidos vertical ou horizontalmente”, explica Guido Salardani, professor do Curso CPT Produção de Alevinos. No contágio vertical, os microrganismos nocivos infectam ovócitos e espermatozoides, o que faz com que as larvas nasçam doentes. Já no horizontal, as larvas são infectadas, assim que nascem, via excreções e secreções contaminadas. Portanto, o manejo sanitário se torna indispensável ao sucesso da larvicultura.
Compartimentalização por setores
Para evitar a propagação de microrganismos patogênicos, deve-se isolar as larvas de acordo com os estágios de desenvolvimento. Trata-se da compartimentalização por setores, na qual cada fase segue um sistema de cultivo independente, para evitar o contato entre peixes de fases distintas, bem como da água de um tanque com a de outro. Vale lembrar que a água é o principal veículo de transmissão de vírus, bactérias e protozoários.
Na compartimentalização, são isolados três setores: o setor de reprodução, o setor laboratorial e o setor de alevinagem. O manejo, os equipamentos e os profissionais responsáveis pelas atividades operacionais diárias devem ser específicos de cada setor. Esta é a primeira medida preventiva para impedir a disseminação de patógenos. Além disso, é de fundamental importância fazer a limpeza dos tanque com substâncias detergentes e desinfetantes.
Limpeza com substâncias detergentes
Antes da limpeza com substâncias detergentes, deve-se eliminar as sujidades mais grosseiras com vassouras e escovas. Máquinas de alta pressão retiram a sujeira aderida às paredes do tanque. Em seguida, são aplicados os produtos detergentes para eliminar eficientemente a matéria orgânica. Caso contrário, a limpeza não cumpre com os seus objetivos: evitar agentes contaminantes no tanque e nos equipamentos.
Os produtos com ação detergente são facilmente encontrados no mercado. Entretanto, como são substâncias solúveis em água, para impedir que as larvas sejam intoxicadas, elas devem ser biodegradáveis, ou seja, não residuais, bem como apresentar pH neutro. Mesmo assim, para que não haja contato direto desses produtos com as larvas, o tanque e os equipamentos devem ser devidamente enxaguados.
Limpeza com substâncias desinfetantes
A próxima etapa é a limpeza com substâncias desinfetantes para exterminar, por completo, ao agentes patógenos do tanque e dos equipamentos. Os métodos mais comuns de desinfecção utilizam altas temperaturas ou produtos químicos (substâncias desinfetantes). Tanto o método físico como o químico eliminam completamente os microrganismos patogênicos.
Geralmente, as substâncias desinfetantes mais utilizadas na larvicultura são a água sanitária e a creolina. Entretanto, alguns piscicultores preferem usar sais de prata, mercúrio orgânico, surfactantes ou álcoois. O critério de seleção do melhor desinfetante deve se fundamentar em fatores, como extensão da área a ser desinfestada e custo-benefício do produto. O mais importante é proceder ao melhor manejo sanitário da larvicultura para prevenir doenças.
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Fonte: panoramadaaquicultura.com.br
Por Andréa Oliveira.
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