O Programa de Agricultura de Baixo Carbono (ABC), do Mnistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) tem incentivado o Sistema de Plantio Direto na Palha (SPDP). Esta técnica tradicional, abandonada há muito tempo por muitos agricultores, consiste em plantar por cima dos resíduos deixados pela cultura anterior, sem remover a camada superior do solo. A terra só é revolvida nas partes onde ocorre a semeadura. Portanto, o SPDP deve ser usado principalmente em sistemas de rotação de culturas, consórcios ou sucessão.
O método contribui para reduzir a lixiviação do solo, quando as camadas superiores são levadas pelas chuvas. Nessas camadas é depositada a matéria orgânica proveniente da decomposição de restos de plantas e animais. A concentração dela no solo triplica com o SPDP.
O SPDP, com o passar do tempo, foi substituído por métodos mais modernos, acompanhados do uso maior de fertilizantes e agrotóxicos. Em condições de sol forte é difícil manter a palha no solo, por causa da rápida decomposição da matéria orgânica. A pesquisadora Arminda Moreira, da Embrapa Cerrados, afirma que nas regiões mais secas é preciso utilizar plantas com ciclo mais curto, com uma safra e uma safrinha. Assim, além de aumentar os lucros, o procedimento ainda reduz os impactos no solo.
A produtividade com o SPDP triplicou nas últimas duas safras em algumas propriedades de Goiás, inclusive no período das secas. A Embrapa Cerrados tem procurado desenvolver variedades mais resistentes ao calor e mais precoces. Algumas braquiárias têm sido bem sucedidas, sobretudo quando usadas em processos integrados.
O professor Lino Roberto Ferreira, do curso Integração Lavoura, Pecuária e Eucalipto, desenvolvido pelo CPT – Centro de Produções Técnicas, explica que os sistemas integrados não cansam o solo e a cobertura formada de matéria orgânica, além de protegê-lo da erosão, serve como adubo natural.
O programa ABC foi criado em 2010 e fornece créditos e incentivos para agricultores que querem adotar práticas mais sustentáveis. As taxas de juros são bem menores que as aplicadas para o crédito rural. O pagamento pode ser feito em até 15 anos.
Por: Maria Clara Corsino.
Este conteúdo pode ser publicado livremente, no todo ou em parte, em qualquer mídia, eletrônica ou impressa, desde que contenha um link remetendo para o site www.cpt.com.br.
Cursos Relacionados
Deixe seu comentário
Informamos que a resposta será publicada o mais breve possível, assim que passar pela moderação.
Obrigado pela sua participação.