O que é e como produzir um texto dissertativo-argumentativo?

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Rozimar Ferreia, professora do Curso CPT Interpretação e Produção de Textos, levanta a discussão sobre a língua portuguesa, dizendo que embora a comunicação oral não seja prejudicada com o uso da linguagem informal, há inúmeros momentos em que se faz necessário empregar a norma padrão do idioma, principalmente quando em situações que exigem a modalidade escrita.

A produção de textos acaba tirando a noite de sono de muitos estudantes e “concurseiros”, por ser considerada muito difícil. Contudo, não há motivo para tal e, basta saber minimamente usar a norma-padrão da língua para começar a reatar os laços com a redação. São diversos os gêneros, que pedem diferentes formas de se escrever um texto, cada um com suas características peculiares.

O texto dissertativo-argumentativo ganhou notoriedade por ser exigido no maior exame de seleção para o ensino superior do país – o ENEM: Exame Nacional do Ensino Médio. Outros vestibulares também costumam cobrá-lo, mas a “fama” se deve ao ENEM, que ainda exige que os participantes vão mais além, criando uma proposta de intervenção.

O que é um texto dissertativo-argumentativo?

Também conhecido como apenas dissertação, o texto dissertativo-argumentativo tem como principal objetivo fazer com que se discuta temas relevantes, a partir da argumentação. No ENEM, propõe-se temas socialmente relevantes para que os candidatos demonstrem seu poder de argumentação sobre eles, fundamentando suas opiniões com informações, fatos e dados “sólidos”.

Assim como boa parte dos gêneros escritos, é composto por três partes: a introdução, que deve conter a apresentação do tema, a tese e uma prévia dos argumentos; o desenvolvimento, que, geralmente, é composto por dois parágrafos, cada um com um argumento; e a conclusão, que pode ser uma síntese de tudo o que foi falado ou uma proposta de intervenção (como exigido no ENEM).

Como produzir um texto dissertativo-argumentativo?

Na hora de produzi-lo é preciso levar em conta alguns aspectos cruciais, que costumam fazer parte dos critérios de avaliação de todos os exames, em especial do ENEM:

Domínio da norma-padrão

Essa talvez seja a competência mais difícil de ser compreendida, pois escrever e usar a pontuação de forma precisa requer um estudo bem aprofundado e atento da língua, que é cheia de regras e exceções. Analisa-se, aqui, além da ortografia correta, o uso da vírgula, de maiúsculas, de semântica, de uso lexical, entre outros.

Compreensão da estrutura do texto dissertativo-argumentativo e da proposta

Nesse caso, quem escreve uma redação desse tipo, deve saber usar o gênero e deve ter compreendido o tema que foi proposto. Não adianta, por exemplo, escrever uma narração para contar uma história, ou um conto de ficção com os elementos principais do tema.

Argumentação

A argumentação é um dos principais pontos desse gênero e, portanto, deve ser bem exposta, clara e coerente. Com a utilização de informações, fatos e dados, é possível tornar seus argumentos mais “fortes” e convencer o seu leitor de que o seu ponto de vista deve ser seguido.

Coesão

A forma como as ideias se relacionam em um texto é denominada coesão. Para que um texto seja coeso, é necessário utilizar os elementos coesivos para que, de fato, expressem a relação desejada entre as ideias e informações.

Conclusão/proposta

A conclusão é a retomada de tudo o que já foi dito, de forma resumida e reafirmando a sua posição em relação ao tema proposto. No ENEM, como já comentado, exige-se do candidato a elaboração de uma proposta de intervenção para “solucionar” o problema social que o tema propõe. Ela deve conter explicitamente quem deve executar essa ação, qual é ela, a forma como ela será executada, o que ela causará na sociedade e detalhes sobre ela.

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Fonte: Brasil Escola – brasilescola.uol.com.br