
A sobrevivência das crias após o nascimento tem grande impacto econômico nos sistemas de produção de caprino. Por isso, os médicos veterinários recomendam alguns cuidados iniciais após o nascimento, explica Magna Coroa Lima, professora do Curso CPT Caprinocultura: Produção e Principais Doenças.
- Retire o filhote de perto da mãe, tomando precauções para evitar ao máximo o estresse causado pelada separação. A mãe não deve lamber o animal.
- Seque e limpe o filhote utilizando papel toalha, principalmente na parte costal, para evitar a perda de calor e estimular a respiração do filhote.
- Segure o cabrito no colo e balance o animal com a cabeça levemente voltada para baixo com o objetivo de retirar todo o material armazenado nas fossas nasais, restos de secreções do parto. Verifique e limpe as vias aéreas do cabrito observando se o filhote está respirando corretamente.
- Coloque o cabrito em um ambiente controlado com temperatura adequada entre 20oC e 25oC para que os recém-nascidos não sofram estresse térmico. Abaixo de 20oC os recém-nascidos passam a sofrer de hipotermia. A termorregulação pode ser feita em um ambiente mais fechado e iluminado com lâmpada fluorescente aquecedora com mercúrio. As lâmpadas devem estar entre 15 a 30 cm de distância do animal dependendo da temperatura do local.
- A pesagem é feita em uma balança digital com o auxílio de um container para colocar os filhotes. O acompanhamento do peso dos animais é fundamental e a pesagem deve ser realizada mensalmente para acompanhar o crescimento dos filhotes. Geralmente, animais que nascem abaixo de 2 kg apresentam dificuldades para mamar e crescer, tornando-se animais com peso inferior na vida adulta.
- Anote em uma planilha os dados sobre os recém-nascidos com o objetivo de realizar o controle zootécnico do rebanho de caprinos. Reúna informações, tais como: dia do nascimento, no de registro da mãe, no de registro da cria, peso da mãe, peso e sexo da cria, além de observações que julgar serem importantes.
- Os caprinos nascem sem imunidade, já que a placenta dos ruminantes não permite a troca de imunoglobulinas, ou seja, a passagem de sangue entre a mãe e os filhotes. Por isso, o fornecimento de colostro aos recém-nascidos nas primeiras 6 horas de vida é extremamente importante devido ao pico de absorção dos enterócitos no organismo dos animais. A ingestão de colostro também facilita a eliminação de mecônio, fezes retidas no intestino das crias após o nascimento. Os caprinos filhotes devem mamar o colostro durante 3 dias.

Foto: Fornecimento de colostro em mamadeira feita com porta leite de saquinho e bico para caprinos Artigos CPT
- O colostro, em rebanhos de corte, deve ser fornecido diretamente na mães. O médico veterinário deverá observar se o cabrito balança a cauda durante a mamada e se, após a mamada, o abdômen do animal estiver pleno ou distendido.
- Em rebanhos de leite, o colostro deve ser fornecido às crias através de mamadeiras já que os cabritos são para a comercialização. O colostro deverá ser separado em garrafas pet de 500 mL, pode ser congelado e utilizado durante até 1 ano. O leite deverá ser descongelado em banho-maria até à temperatura de 37oC a 39oC para consumo das crias. A quantidade de colostro administrada é em torno de 10% do peso vivo do animal.
- A formação de um banco de colostro é indicada em casos em que a cabra não dá o leite ou em casos de falecimento da cabra. O colostro deve ser tratado antes de ser fornecido aos animais. Isso é feito em um equipamento específico no formato de uma panela elétrica que aquece o leite em banho-maria até a temperatura de 56oC durante 1 hora. Após esse período o colostro é resfriado e armazenado em garrafas pet de 500 mL para, em seguida, ser congelado. O colostro pode ser conservado refrigerado durante uma semana em temperatura de 2oC a 8oC ou congelado por até um ano em temperatura de -20oC.
- O uso da sonda para alimentação de recém-nascidos é feita apenas nos casos de animais que nasceram muito fracos e que não conseguem mamar o colostro. Para isso, utiliza-se uma sonda nasogástrica, de uso humano, e uma seringa de 60 mL com colostro.
Atenção:
Ao preencher a seringa com colostro para administrá-lo via sonda nasogástrica, retire o ar da mesma para que o animal não ingira ar juntamente com o colostro.
Tratamento do umbigo
O corte e a cura do umbigo é um procedimento frequentemente negligenciado pelos produtores que o consideram como desnecessário.

Foto – Esquema: como curar umbigo de caprinos Artigos CPT
Em geral, o procedimento de cura é feito pela maioria dos tratadores por meio da administração de um repelente na região do umbigo. Contudo, o umbigo é a segunda maior porta de entrada de patógenos no organismo, por isso, fazer a cura correta é de suma importância.
O coto do umbigo deverá ser mergulhado completamente no pote contendo o iodo permanecendo por 15 segundos. Além de desinfetar, o iodo mantém o coto do umbigo seco, evitando as miíases, até o momento de cair.
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Por Silvana Teixeira.
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Comentários

Vera
22 de jun. de 2023Está com dificuldade respiratória

Resposta do Portal Cursos CPT
23 de jun. de 2023Olá, Vera! Como vai?
Agradeço sua visita em nosso site!
Verifiquei no meu sistema que um consultor da empresa está tentando contato com você, para passar informações sobre a área desejada. Nosso DDD é 31.
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