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A mandibulectomia de Kitty: uma aula para Médicos Veterinários

O passo a passo para uma mandibulectomia perfeita. Aos profissionais, aplausos!


Você é médico veterinário ou estudante da área? Então, eu tenho uma historinha sobre mandibulectomia para você. Vamos lá? Pois, bem. Imagine uma linda cadelinha, da raça Cocker Spaniel, chamada Kitty. Ela tem 10 anos de idade e temperamento tranquilo. O peso? Não foi informado quando chegou à clínica veterinária com fratura na mandíbula.

Após minuciosa análise feita pelo médico veterinário que a atendeu e devido às alterações apresentadas no EGG, Kitty foi classificada como ASA3. "O resultado do eletrocardiograma apontou arritmia sinusal respiratória com bloqueio atriventricular de 1º grau e parada sinusal", explica Fabíola Carolina de Almeida, professora do Curso CPT Odontologia de Cães e Gatos.

Sem jamais ter passado pelo procedimento de limpeza oral, fato apontado em anamnese, Kitty apresentava tártaro acumulado nos dentes, formando cálculos e causando a perda óssea que gerou a fratura da mandíbula. Esta, por sua vez, separou o corpo da mandíbula do ramo mandibular. O diagnóstico? Fratura patológica do lado esquerdo da mandíbula, devido à absorção óssea causada por excesso de tártaro e formação de cálculo dentário.

Qual procedimento foi tomado pelo médico veterinário que acolheu Kitty? Mandibulectomia. Mas, calma, vamos por partes. Diante do quadro ali apresentado, o primeiro procedimento foi realizar a limpeza do tártaro e do cálculo dentário para, depois, proceder a extração da mandíbula fraturada.

A primeira limpeza foi feita nos dentes do lado esquerdo da cavidade oral. Durante a limpeza foi possível observar que outros dentes da paciente apresentavam perda óssea e excesso de mobilidade na região de sínfise mandibular, onde estão localizados os dentes incisivos inferiores.

Após a limpeza do cálculo dentário, foi feito o enxágue cuidadoso dos dentes, das gengivas e da língua da paciente para remover toda a sujidade de tártaro extraído. Dessa forma, o local encontrava-se preparado e limpo para receber a incisão da cirurgia de extração da mandíbula. Uma segunda limpeza do restante dos dentes da paciente estava prevista para ser realizada após o procedimento de extração da mandíbula fraturada.

A mandibulectomia de Kitty: uma aula para Médicos Veterinários


O procedimento adotado pelo veterinário seguiu os seguintes passos:


1- Medicação pré-anestésica (MPA)
Por se tratar de uma paciente idosa com alterações no eletrocardiograma, não foi indicada a administração de medicamentos Agonistas alfa-2 (α-2) na MPA, pois esses medicamentos aumentam o intervalo da onda PR do eletro.

Diante dessa situação, a escolha eficaz da medicação pré-anestésica considerou a aplicação de Metadona para proporcionar efeito sedativo e analgésico à paciente, abrangendo dores moderadas a graves. Após a medicação pré-anestésica foi feita a tricotomia para acesso venoso e administração de soro juntamente com Anti-inflamatório + Dipirona como forma de anestesia preemptiva.

Antes de dar prosseguimento à incisão, porém, o veterinário removeu três dentes incisivos inferiores localizados na região da sínfise. Os dentes apresentavam alta mobilidade e foram necessariamente extraídos antes da incisão para retirada da mandíbula.

Por que extraí-los? Simples: dentes cujas raízes estão comprometidas pelo excesso de tártaro e formação de cálculos apresentam a polpa sem vitalidade e sem aporte sanguíneo. Dessa forma, podem ser extraídos facilmente, causando pouco sangramento.

2- A mandibulectomia em Kitty passou pelos seguintes procedimentos:


- Indução para intubação
A indução para intubação de Kitty foi feita com a administração de Propofol + Midazolan. A combinação desses fármacos de ultracurta-duração induz à hipnose, com excitação mínima, usualmente em menos de 40s. A indução foi aplicada de forma lenta, até que os sinais clínicos da paciente demonstrassem o efeito da anestesia.

- Bloqueio local do nervo mandibular
Quadros de fratura e desvio de mandíbula podem dificultar a realização do bloqueio local no nervo mandibular. Nesses casos, é necessário que o médico veterinário anestesista faça a palpação cuidadosa da mandíbula para localizar corretamente o nervo mandibular. Foi exatamente isso que o profissional fez. Anatomicamente, o nervo mandibular está localizado em posição caudal ao último dente molar. Em seguida, ele posicionou a agulha para aplicação do bloqueio na parte medial do osso mandibular, na parte externa da mandíbula.

Antes de injetar o líquido anestésico no nervo mandibular de Kitty, o médico veterinário anestesista puxou o êmbolo da seringa para verificar se não ocorria a sucção de sangue. Somente após verificar a ausência de sucção de sangue é que ele instilou o bloqueio local.

- A extração da mandíbula
Para realizar a extração da mandíbula foi necessário fazer incisão na região lingual. Após essa incisão, foi feita a separação entre a região da sínfise e a mandíbula com uma tesoura ponta-romba. Após a separação entre as regiões sínfise e mandibular, deu-se início à dissecação da região lingual.

- Dissecção da região lingual
A dissecação da região lingual teve como objetivo separar a mandíbula de modo que fosse possível rebatê-la lateralmente para facilitar a sua extração. Foram utilizadas principalmente tesouras ponta-romba e romba-romba para auxiliar na remoção da musculatura que envolve a mandíbula. É necessário sempre ter cautela para fazer a dissecação da região lingual, sobretudo devido ao fato de a área ser altamente vascularizada.

- Retirada da mandíbula
Durante a extração, o cirurgião procurou manter ao máximo a integridade da musculatura da mandíbula, para facilitar o posicionamento correto da língua da paciente na boca após a cirurgia. Dessa forma, o restante do fragmento ósseo do ramo da mandíbula fraturada não foi extraído na cirurgia, mas permaneceu na boca do paciente. Após a retirada da mandíbula, iniciou-se o procedimento de sutura.

- Sutura dos tecidos
A sutura dos tecidos teve como objetivo fazer a redução da ferida cirúrgica unindo-se as bases do tecido vestibular e da região sublingual. Foi feita em padrão simples separado. Contudo, poderia também ter sido empregado o padrão simples contínuo. O fio utilizado nessa sutura foi o fio absorvível de ácido poliglicólico.

O final? Kitty está bem e muito feliz. O pós-operatório foi um sucesso e ela encontrou um novo lar. Quer saber de mais casos práticos como este? Conheça o Curso CPT Odontologia de Cães e Gatos.


A odontologia veterinária para cães e gatos exige uma preparação técnica sólida.
Então, investir em conhecimento é a chave para um desempenho profissional eficiente e reconhecido. O Curso CPT não apenas oferece informações teóricas detalhadas, mas também orientação prática, permitindo que os profissionais adquiram as habilidades necessárias para realizar procedimentos odontológicos com confiança, permitindo trilhar um caminho seguro e promissor rumo ao sucesso profissional.

O investimento em conhecimento é a garantia de um trabalho competente e, consequentemente, de uma carreira bem-sucedida.


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Por Silvana Teixeira.

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