A pastagem é a base da alimentação das vacas na produção orgânica de leite. No auge da seca, por exemplo, a pastagem orgânica é capaz de fornecer forragem, apesar de ser necessário oferecer suplementação para que a produção de leite se mantenha. As folhas tenras das gramíneas tropicais, colhidas pelos próprios animais durante o pastejo, são, sem dúvida, a fibra vegetal de menor custo e com a melhor qualidade nutricional que os bovinos podem ingerir. Além disso, as forrageiras das pastagens são o alimento natural dos ruminantes e, particularmente, dos bovinos, que apresentam um aparelho digestivo capaz de aproveitar as fibras vegetais de forma muito eficiente.
Tendo acesso a uma boa pastagem, os bovinos têm condições de obter nutrientes para a sua mantença, ou seja, aqueles gastos no funcionamento do seu organismo, de maneira que se mantenham saudáveis. “Sem contar que, o consumo de forragem de boa qualidade viabiliza a capacidade de produção, ou seja, o crescimento, a reprodução e a produção leiteira”, afirma Luana Barros, professora do Curso a Distância CPT Produção de Leite Orgânico.
Em relação aos aspectos ambientais, é importante destacar que uma pastagem, quando bem manejada, causa impacto ambiental inferior ao de culturas anuais. Por ser uma cultura perene, mantém o solo recoberto durante todo o ano, o que significa menos erosão e melhor conservação do solo. Essa característica só não é verdadeira quando a pastagem encontra-se em declínio, devido ao uso inadequado.
É preciso considerar, ainda, o ambiente de vida dos animais. Para que os bovinos vivam em condições de bem-estar é fundamental que tenham liberdade de movimentação – uma área mínima vital na qual não tenham de disputar espaço e que possam viver saudavelmente. Essas necessidades estão previstas nas normas de criação orgânica, inclusive de gado leiteiro, que tenham a possibilidade de confinar os animais por apenas parte do tempo, uma vez que o acesso à área de pastejo é considerado fundamental.
A influência do ambiente de vida na qualidade do leite já foi demonstrada em estudos o que comprovou a composição do leite e o seu valor nutricional em termos de perfil de ácidos graxos e agentes antioxidantes, em dois diferentes sistemas de produção – orgânico e convencional -, produzidos em diferentes períodos do ano, em pastagem durante o verão e em confinamento, durante o inverno, em propriedades da Inglaterra.
Os fatores discutidos até aqui determinam que, comparado ao cultivo de outras espécies de plantas que possam servir de alimento para os animais, o uso da pastagem para alimentar o gado é muito compatível com a agroecologia e com as características da produção orgânica. Entretanto, para que a pastagem possa atender aos princípios da produção orgânica, alguns fundamentos de manejo devem ser atendidos.
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Por Silvana Teixeira.
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