Dentro da avicultura tem surgido um ramo de extraordinário interesse, a coturnicultura. Isso porque, além de ser uma alternativa para a alimentação humana, é uma atividade que possibilita uma rápida reversão de capital investido. Seus principais produtos são a carne de alta qualidade e os ovos, cada vez mais apreciados. Socialmente, torna-se uma alternativa na produção animal, pela rapidez no retorno de capital, baixo investimento, utilização de pequenas áreas e baixos gastos com mão de obra.
Não há estatísticas a respeito, mas sabe-se que um número elevado de pessoas entraram comercia-lmente nessa atividade nos últimos anos, com muito sucesso. Mas também existem os fracassos e a principal explicação para esse naufrágio é que o mercado não é capaz de absorver uma grande produção de ovos de codorna, a principal aptidão desse tipo de criação. Por isso, ao iniciar uma exploração coturnícola, o produtor deve realizar, obrigatoriamente, um levantamento do mercado, definindo a colocação dos produtos e somente após isso dimensionar a sua criação.
De acordo com os dados do IBGE (1992), o efetivo de codornas, em 1990, era de aproximadamente de 2.464.000. Atualmente, acredita-se que esse número esteja em torno de 3.500.000. A criação de codornas com a finalidade de produzir carne e ovos, iniciou-se em 1910, com os japoneses e chineses, que através de diversos cruzamentos entre espécies selvagens, conseguiram obter a Coturnix coturnix japônica ou seja, a codorna doméstica ou japonesa. As codornas japonesas atingem pesos sempre superiores a 100 gramas (115 a 180 gramas). Apresentam desenvolvimento muito rápido, pois para atingirem o dobro do seu peso inicial levam apenas quatro dias, enquanto a galinha leva de oito a nove dias.
Aos oito dias, a codorna triplica o seu peso e aos 28 apresenta mais de dez vezes o peso inicial passando de 7, 5 a 90 gramas. O início da maturidade sexual, ou seja, a produção de ovos, ocorre quando atingem entre 40 e 42 dias de idade, caracterizando um ciclo reprodutivo curto e apresentando uma postura regular de grande rusticidade. Os ovos são grandes em relação ao tamanho corporal, correspondendo a aproximadamente 8,0% do seu peso enquanto que na galinha a na perua são de 3, 0 a 2, 0%, respectivamente.
As fêmeas da codorna japonesa são maiores que os machos, em torno de 10 %a 20%, enquanto que na codorna européia, o peso de ambos os sexos é praticamente o mesmo. A codorna japonesa não canta, apenas o macho emite um assobio. No aspecto morfológico, a codorna japonesa tem peito largo e abdômen amplo. Os machos apresentam o peito com pigmentação avermelhada, enquanto que as fêmeas têm o peito cheio de manchas escuras (carijó). O dimorfismo sexual já é claro aos 15 dias de idade, permitindo a sexagem com facilidade.
Na coturnicultura as três grandes possibilidades de exploração são:
- produção de carne,
- produção de ovos,
- produção de codornas de um a 35 dias.
Apesar da coturnicultura no Brasil ainda ser de pequena produção, pode-se possuir um ciclo fechado, isto é, reprodução, incubação a acabamento.
As deficiências técnicas, que normalmente se verificam nessas explorações e que, infalivelmente, conduzem a um elevado grau de microbismo, aconselham que a moderna técnica coturnícola, à semelhança do que acontece na avicultura industrial, comece a enveredar por uma especialização de tarefas. Isso implica na existência também de aviários de codornas, especializados em seleção (avozeiro), multiplicação (matrizeiro) e em produção.
Não existe, ainda, no Brasil, uma seleção do material genético, ou melhor não existe alguma "linhagem" específica para codorna de postura e codorna para reprodução. Para evitar quedas no desempenho, os matrizeiros devem, constantemente trazer linhagens novas de outros países.
A exploração da codorna para corte é pequena e deve aumentar muito vagarosamente devido a falta de hábito do consumidor por esse tipo de carne, além do preço, que é alto. As codornas que têm sido vendidas para consumo são os machos que não serão utilizados na reprodução e as aves após o ciclo de produção de ovos (aves de descarte). Apesar disso, percebe-se o aumento na apreciação da carne de codorna. Na situação atual, as carcaças pesam cerca de 100 gramas e a idade ótima de abate se dá ao redor de cinco semanas de idade das aves. Os trabalhos científicos indicam um rendimento de carcaça de 72% e os trabalhos de seleção já mostram a existência de aves pesando em torno de 260 gramas no abate, especialmente na codorna japonesa, melhorada na Europa.
A genética tem trabalhado para aumentar o peso ao abate, melhorar a eficiência alimentar e especialmente a viabilidade. Neste último aspecto, poucos resultados têm sido alcançados, por isso, o produtor deve se concentrar nas melhorias das práticas de manejo e higiene da criação. As formas de obtenção de aves dos matrizeiros são aquisição de codornas de um dia, sexadas ou não, e aves de 20 até 35 dias no máximo, sendo nesse caso as fêmeas.
A elaboração do curso sobre criação de codornas - Codornas, Recria e Reprodução, produzido pelo CPT - Centro de Produções Técnicas, sob minha coordenação técnica e da Professora Vera Moraes oferece um material completo pois, para sua confecção, praticamente foram visitados os principais produtores de codornas do país, enfocando os diferentes aspectos da exploração.
Após fazer o curso e ser aprovado na avaliação, o aluno recebe um certificado de conclusão emitido pela UOV – Universidade On Line de Viçosa, filiada à ABED – Associação Brasileira de Educação a Distância.
Dr. Joji Ariki
Professor Titular em Avicultura na UNESP de Jaboticabal
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Comentários
Mauro João Sales de A. Maranhão
7 de mai. de 2012Desejo saber se o curso sobre coturnicultura está sendo aplicado? Caso positivo peço o envio de todas as informações para a sua realização. Antecipo agradecimento. Mauro Maranhão.
Resposta do Portal Cursos CPT
8 de mai. de 2012Olá, Mauro João!
O Curso Codornas - Iniciando a Criação, constituído de livro e filme em DVD, aborda assuntos como: início da criação de codornas, instalações, equipamentos necessários e manejo.
Já o Curso Codornas - Recria e Reprodução aborda assuntos como: manejo da produção, manejo reprodutivo, manejo alimentar, manejo profilático e sanitário, comercialização, aspectos econômicos e mais.
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Ana Carolina dos Santos