
Você é médico veterinário e precisa saber um pouco mais sobre a glomerulonefrite em cães e gatos? Saiba que, abaixo, não só vou explicar um pouco sobre a doença, como também ajudar no que se refere ao diagnóstico e tratamento da doença. Acredito que utilizando-se de uma forma didática, simples e prática, você será capaz de assimilar bem mais os conceitos que abordam essa doença.
Luiz Eduardo Duarte de Oliveira, professor do Curso CPT Nefrologia e Urologia de Cães e Gatos, explica que "a glomerulonefrite, doença que acomete cães e gatos, possui como etiologia a ação de imunocomplexos nos capilares glomerulares, de forma primária e secundária". Quando ocorre uma lesão glomerular, ela se torna irreversível e todo o néfron é perdido. Tem-se então uma fibrose e cicatrização de néfrons danificados.
Mas não é só isso. É necessário que você, médico veterinário, esteja sempre atento ao processo, pois ao perder em torno de 66% a 75% dos néfrons, não ocorre mais a compensação da taxa de filtração glomerular, levando à insuficiência renal nos pacientes.
E quanto ao diagnóstico, como fazer? Vamos lá, então, a essa segunda parte do processo explicativo. Para obtenção do diagnóstico da glomerulonefrite, o médico veterinário deve verificar tanto o histórico do paciente, quanto os exames físicos, de triagem e os complementares. São eles:
• Urinálise: em um paciente com a lesão ativa, observa-se a proteinúria (proteínas na urina), como principal achado e cilindrúria (cilindros hialinos, granulares, hemáticos ou epiteliais na urina). Para confirmar a origem da proteinúria, faz-se a relação de proteína/creatinina (RPC) urinária: > 0,5 em cão e > 0,4 em gato: confirma o diagnóstico de proteinúria renal.
• Biopsia de rim: avaliação da ocorrência de lesões e da perda de néfrons. Porém é um exame não usual por ser muito invasivo.
• Histopatologia: diagnóstico definitivo.
Antes de se decidir sobre a melhor forma de tratamento do paciente, o médico veterinário deverá:
• Fazer a identificação e tratamento da causa base.
• Proceder à redução da resposta glomerular aos complexos imunes, utilizando:
» Fármacos imunossupressores: ciclofosfamida, azatioprina, ciclosporina, predinisona.
» Anti-inflamatório e tratamento de hipercoguabilidade: aspirina.
• Atentar-se aos cuidados de suporte, através de:
» Dieta com restrição de sódio e utilização de proteínas de alta digestibilidade.
» Fármacos para hipertensão: inibidores da enzima de conversão da angiotensina (IECA), enalapril.
» Fármacos para edema ou ascite: furosemida.
• Preparar-se para o monitoramento do paciente.
O prognóstico, por sua vez, poderá ser:
• Variável em relação à gravidade da disfunção, da resposta ao tratamento e da avaliação histopatológica; e
• A doença é progressiva em muitos casos.
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Por Silvana Teixeira.
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