
A encefalomielite é uma doença de etiologia viral cujos reservatórios são aves, roedores e répteis. É uma zoonose, portanto, sua notificação é obrigatória, e sua transmissão se dá por picada de mosquitos. “É uma doença que prevalece no hemisfério ocidental e pode ser dividida em três tipos: encefalomielite do leste (EEL), encefalomielite do oeste (EEO) e, a mais grave, encefalomielite venezuelana (EEV)”, explica Maria Gazzinelli Neves, professora do Curso CPT Curso Doenças de Equinos.
Seus respectivos vetores são:
- EEL: Culiseta melanura (aves aquáticas) e Aedes;
- EEO: Culex tarsalis, Demacentor andersoni e Triatoma sanguisuga;
- EEV: Culex melanoconium e Aedes.
O esquema a seguir demonstra como se dá a patogenia da doença:

Foto: Patogenia da encefalomielite Artigos CPT
Os sinais clínicos são:
- Agudos: inespecíficos – febre, anorexia e rigidez muscular;
- Estágio transitório: podem durar até 5 dias;
- No caso da EEO: muitos casos não progridem, apresentando-se de forma mais branda;
- Sinais neurológicos: cessa a viremia, improvável amplificação da doença;
- Primeiros estágios: deficit proprioceptivos;
- Sinais tardios: disfunção cerebral cortical e nervos cranianos (pressionar a cabeça contra objetos, marcha propulsiva, cegueira, marcha em círculos, fasciculações musculares);
- Morte precedida por decúbito: 1 a 7 dias;
- EEV: sinais clínicos podem ser semelhantes ou diferentes (diarreia, depressão grave, decúbito e morte podem ser proeminentes antes da manifestação neurológica).

Foto: Animal com EEV posicionado em decúbito e com quadro de depressão.
O diagnóstico clínico parte da anamnese e sintomatologia, mas como os sintomas das doenças do sistema nervoso apresentam sintomas muito semelhantes, o diagnóstico laboratorial se faz imprescindível (imunologia e virologia clínica – aumento em 4 vezes o título de anticorpos). Quanto ao diagnóstico post mortem, não há lesões macroscópicas em casos de encefalomielite, apenas congestão e alterações na cor do SNC, mas microscopicamente são encontrados inflamação neutrofílica de todo o cérebro, degeneração neural, embainhamento perivascular etc.
O tratamento é sintomático, consistindo em:
- Anti-inflamatório não esteroidal para controlar pirexia, inflamação e o desconforto;
- DMSO para controlar a inflamação e proporcionar alguma analgesia;
- Diazepam e fenobarbital para controle de convulsões;
- Baia escura e telada;
- Monitoramento da hidratação.
Doses:
Como profilaxia, a vacinação é o método principal. No Brasil, havia o costume de vacinar apenas os animais que se encontravam nas regiões de Goiás, sul da Bahia e nordeste de Minas, pois eram as localizações de maior prevalência da doença. No entanto, casos esporádicos já foram registrados por todo território nacional, o que justifica a vacinação de todos os animais. É uma vacina barata e que evita grandes prejuízos nas propriedades, pois a encefalomielite é uma doença de rebanho, ou seja, que facilmente se propaga entre os animais.
- Aos 3, 4 e 6 meses, depois reforço anual;
- Éguas: 30 dias antes do parto;
- Adultos nunca vacinados: Primovacinação em duas doses intervaladas entre 30 dias e depois reforço anual.
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Por Silvana Teixeira.
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