Doenças crônicas: abordagem epidemiológica na medicina veterinária

Você faz medicina veterinária, precisa urgentemente fazer uma abordagem epidemiológica sobre as doenças crônicas junto a seus clientes, e não sabe por onde começar? Fique você sabendo, então, que isso nem de longe se parece a um “bicho de sete cabeças”.

O primeiro passo para um trabalho perfeito é o médico veterinário estar ciente que “a abordagem epidemiológica de doenças crônicas deve estar voltada para a educação e saúde da população, visando medidas higiênico-sanitárias, bons hábitos alimentares, controle do estresse, incentivo à atividade física e prevenção no trabalho”, explica Marcelo Dias da Silva, professor do Curso CPT Epidemiologia Veterinária.

Agora, basta saber que existem alguns pontos que colaboram para modificações dos fatores de risco modificáveis ou não. São eles:

1- Fatores de risco modificáveis
• Saneamento, educação e melhoria nas condições sociais: dependentes de políticas públicas.
• Bons hábitos alimentares, higiene e fatores psicossociais: indivíduos com mais orientação.

2- Fatores de risco que não são modificáveis
• Idade.
• Sexo e genética.

Em rebanhos, o enfoque pode ser diferente com a assistência técnica ao produtor, melhorando a produtividade e a qualidade de vida.

Para obter resultados satisfatórios com a assistência técnica junto ao cliente, o médico veterinário deve:

1. Iniciar a escrituração: orientar e treinar o produtor a realizar esse passo, que deve constar de informações como: dia de nascimento dos bezerros, quantos nasceram no ano, por quanto tempo e qual quantidade de leite foi oferecida pela vaca ao bezerro, dentre outros.

2. Proporcionar melhores condições nutricionais ao animal ou ao rebanho: principalmente em época de seca, quando torna-se necessário não ter apenas o pasto para ser oferecido.

3. Indicadores zootécnicos: são essenciais para mostrar a evolução do rebanho, desde um sistema mais extensivo com uma genética inferior, até uma propriedade com maior investimento, mais uso de tecnologia e sistema mais intensivo.

Agora, basta saber que esses fatores são muito importantes para as tomadas de decisões do Médico Veterinário no processo de assistência técnica. Todo aumento de produtividade vai representar uma melhoria na qualidade de vida do produtor. Os incrementos de melhorias, por sua vez, vão representar, em longo prazo, uma grande diferença na produtividade e sanidade do rebanho.

Uma boa assistência técnica pode intervir nas questões de doenças crônicas de gado leiteiro, como as doenças de casco. A avaliação epidemiológica dessas doenças deve estar relacionada à incidência e a prevalência, garantindo assim a sobrevivência dos portadores crônicos.

No caso de rebanhos em que existem questões econômicas, busca-se eliminar o problema crônico do plantel por eliminação dos animais. Mas se houver pesquisa e tecnologia, relatando que o problema é genético, por exemplo, isso pode ser contornado, visando o trabalho com linhagens que não tenham problemas. Sendo assim, a assistência técnica de manejo, com testes preventivos e treinamento da equipe, pode diminuir a incidência e prevalência de problemas crônicos dentro dos rebanhos.

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Por Silvana Teixeira.