
A enteroanastomose em pequenos animais é indicada para casos de traumatismos causados por mordedura, projéteis, corpos estranhos, esquírolas ósseas, eviscerações e lacerações mesentéricas. Outra situação que é indicado esse procedimento é por trauma causado por obstrução mecânica, ou seja, por corpos estranhos, neoplasias, aderências, torção mesentérica além da intussuscepção.

“Para realizar a enteroanastomose, é preciso, primeiramente, identificar o local onde será realizada a cirurgia, isso é, o local obstruído. Identificado o local, será preciso realizar uma dupla ligadura nos vasos”, explica Kelly Cristine de Sousa Pontes, professora do Curso CPT Cirurgia de Cães e Gatos.

Para seccionar a alça intestinal, será preciso fazer um corte no mesentério. Esse corte deverá ser realizado com muito cuidado para facilitar a sua sutura ao final do procedimento.

Para fazer a incisão na alça intestinal, o Médico Veterinário deve atentar-se à vascularização para que não resulte na deiscência da sutura. Caso a incisão seja feita de forma reta, a vascularização poderá ser comprometida uma vez que, considerando a parte superior da alça como a borda antimesentérica e a inferior como a mesentérica, feita a incisão, o vaso que nasceu embaixo não chegará na parte superior. Sendo assim, a solução é realizar a incisão oblíqua para que o vaso que está na borda mesentérica chegue sem comprometimento na borda antimesentérica.

A sutura das partes da alça intestinal é de extrema importância. É feita com um fio monofilamentar absorvível sintético. A sutura deve ser iniciada na borda mesentérica e depois feita na antimesentérica. Apenas assim, deverá ser feita nas outras regiões.
A sutura do mesentério é de extrema importância, uma vez que, caso não a faça, outra alça intestinal poderá entrar pelo orifício e causar uma nova obstrução. O padrão utilizado poderá ser a sutura contínua.

Já a enterotomia, ou seja, a remoção de corpo estranho, é realizada comprimindo a serosa do órgão com uma mão e, com a outra, removendo o corpo estranho utilizando uma pinça. Dessa forma, é realizado o procedimento minimizando o risco de contaminação. O ideal é realizar a incisão sempre caudal ao corpo estranho em um tamanho suficiente para retirada do corpo estranho.
A sutura para enterotomia poderá ser a simples contínua ou a simples separada, utilizando fio absorvível sintético. Ao finalizar, é de extrema importância verificar se há o extravasamento de conteúdo como foi feito na enteroanastomose. Deverá ser ofertado ao paciente água em pequenas quantidade várias vezes de 8 a 12 horas após essas cirurgias. No dia seguinte, inicia-se com alimento pastoso, de fácil digestão, aos poucos várias vezes ao dia. A consistência do alimento deve ser aumentada gradativamente. Esse processo dura por, mais ou menos, uma semana.
Saiba mais sobre o assunto. Leia a(s) matéria(s) a seguir:
- Cirurgia de pequenos animais: remoção de glândulas salivares
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Por Silvana Teixeira.
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