
Você faz medicina veterinária ou é profissional da área? Saiba, então, o motivo pelo qual a mensuração de eletrólitos é tão importante para a detecção precoce de problemas hepáticos em animais. Quem vai abordar o assunto é Waleska de Melo Ferreira Dantas, professora do Curso CPT Patologia Clínica Veterinária.
De acordo com o especialista, “A mensuração é importante, pois quando ocorrem alterações no padrão de normalidade dos eletrólitos, durante o processo de excreção/reabsorção, o organismo irá excretá-los. Isso possibilita a avaliação precoce de disfunções renais nos animais, bem como outras disfunções no organismo”, relata.
Pois bem, vamos lá. Para aqueles ainda não muito familiarizados com o assunto, o aumento concomitante da ureia e da creatinina é utilizado como marcador de doenças renais há muito tempo. Contudo, possuem a falha de apresentar resultados efetivos nos exames somente quando certa porção dos rins já se encontra comprometida. Por isso, a mensuração de eletrólitos e marcadores precoces auxilia no diagnóstico antecipado da situação dos rins dos pacientes.
Os principais eletrólitos monitorados no sangue dos animais são:
• Sódio.
• Cloreto.
• Fósforo.
• Potássio.
• Magnésio.
• Cálcio.
As alterações mais comuns de níveis de eletrólitos no organismo são:
• Hipercalemia: aumento na quantidade de potássio na corrente sanguínea.
• Hiperfosfatemia: aumento de fósforo na corrente sanguínea.
• Hipocalcemia: diminuição do cálcio na corrente sanguínea.
A diminuição do sódio na corrente sanguínea é chamada de hiponatremia, enquanto o aumento é denominado hipernatremia. Tanto o aumento quanto a diminuição de eletrólitos causam sérios prejuízos ao organismo dos animais. Por exemplo, o cálcio é fundamental para a contração da musculatura lisa e da musculatura esquelética do corpo, desse modo, a diminuição de cálcio causa comprometimento de funções vitais para o animal.
Marcadores precoces
Atualmente, temos no mercado, os chamados marcadores precoces de lesões renais que são aplicados, exclusivamente, para cães e gatos. O principal deles é o SDMA (dimetilarginina simétrica), forma metilada do aminoácido arginina. O SDMA está presente na patofisiologia de inflamações, aterosclerose e mecanismos imunológicos comprometidos. É liberada na circulação após degradação de proteínas envolvidas nos processos imunológicos e inflamatórios.
Quando o SDMA é liberado na corrente sanguínea, é filtrado e excretado – exclusivamente – pelos rins. Dessa forma, caso haja o mínimo de comprometimento renal, haverá acúmulo de SDMA na corrente sanguínea. Portanto, ao se fazer a análise de eletrólitos no soro da amostra sanguínea e o SDMA aparecer aumentado em relação aos valores de referência normais, isso facilitará a identificação precoce de lesão renal.
A mensuração de SDMA também deve ser feita em conjunto com a mensuração de eletrólitos sanguíneos, urinálise e níveis de ureia e creatinina para que o veterinário possa avaliar o quadro renal geral do paciente.
Vários estudos contemporâneos estão em andamento para que se descubram novos marcadores precoces que possibilitem a avaliação e diagnóstico de lesões renais o mais rápido possível em cães e gatos, visto que essas são as espécies mais acometidas por problemas renais devido ao fato de apresentarem, entre as espécies domésticas, o número menor de néfrons. Sempre que for avaliar função renal, não se deve considerar os testes isolados, e sim todos os testes possíveis, interpretados em conjunto com os sinais clínicos do paciente.
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Por Silvana Teixeira.
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