Luiz Lopes, cansado da roça, resolveu ir, com a família, para São Paulo tentar um novo emprego e viver as maravilhas que o compadre Zé Antônio dizia que lá existia.
Passado pouco mais de um ano, correu a notícia que Luiz Lopes tinha morrido na grande cidade. Teve muita reza e até missa em sua intenção.
Certa noite, em torno das 23:00h, alguém bate à porta da pensão de Dona Isolina de Bastião Policarpo. Policarpo abre a porta e lá estava o Luiz Lopes:
- Olá pessoal, vim visitar ocêis!
Policarpo arregala os olhos e grita:
- Senhor do Bom Jesus, alma de outro mundo, corre Isolina! E parte, com velocidade, para dentro da pensão.
Luiz Lopes se assusta mais que Policarpo e, achando que a alma do outro mundo estava atrás dele, entra correndo atrás de Policarpo para dentro da pensão.
Até hoje, ninguém sabe ao certo o que aconteceu lá, só se sabe que a quebra de móveis foi muito grande e a gritaria demorou mais de uma hora para acalmar. Dona Isolina e Bastião Policarpo foram parar no Sô Lauro, farmacêutico, para tratamento dos nervos. Luiz Lopes passou a noite, tomando chá de maracujá para aquietar as tremuras.
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