Considerações iniciais sobre a região temporomandibular.
Quando um animal chega à clínica com uma fratura mandibular, é preciso, antes de tudo, estudar essa fratura, uma vez que elas ocorrem de diferentes formas. Assim, cada paciente deve receber tratamento independente e individualizado, explica Fabíola Carolina de Almeida, professora do Curso CPT Odontologia de Cães e Gatos.
Causas das fraturas mandibulares:
• Traumas.
• Doenças periodontais com grande perda óssea.
• Problemas renais graves.
• Causa iatrogênica.
Correção manual da luxação.
A redução da fratura deve acontecer de forma mais anatômica possível.
Assim, para manter a sua integridade estrutural, é preciso:
• Neutralizar as forças de mobilidade.
• Possibilitar o retorno das funções da estrutura mandibular.
• Garantir uma oclusão pós-cirúrgica adequada.
• Evitar lesões iatrogênicas.
Na osteossíntese mandibular demonstrada nesta aula, a incisão cirúrgica será feita abaixo do osso mandibular, atendo-se ao corpo da mandíbula. Deve-se divulsionar o tecido até chegar ao osso.
Colocação da placa.
O conhecimento anatômico para a colocação da placa é essencial para não prejudicar a região radicular dos dentes.
O ideal é fixar pinos e parafusos entre ou dentes ou entre as raízes de um mesmo dente.
Importante verificar por meio de raio X se há o acometimento do ligamento periodontal, da vascularização das raízes e nervos.
Passos:
1. Usar um entortador de placas para moldar a placa de acordo com a curvatura do osso mandibular.
2. Colocar a placa seguindo a orientação das raízes dos dentes e prendê-la na posição adequada com o auxílio de uma pinça espanhola.
3. Utilizando uma guia de perfuração, perfurar o osso com uma furadeira.
4. Afixar o parafuso no furo aberto.
5. Fazer a aproximação manual da fratura e ajeitar a placa.
6. Repetir o processo para a fixação do parafuso no outro lado da lesão.
7. Afixar pelo menos dois parafusos de cada lado da lesão.
Pode-se, além da placa, reforçar a imobilização com resina nos dentes e cerclagem.
Cerclagem interdental.
Para a colocação da cerclagem:
1. Introduzir o fio de cerclagem por trás do último dente, de fora da boca para dentro, de modo que a cerclagem adentre a gengiva, e depois introduzi-lo de dentro para fora, passando pela frente do mesmo dente.
2. Depois, introduzir a mesma ponta pela parte rostral do dente que acabou de ser envolvido pelo fio, que é a parte caudal do dente seguinte, formando uma espécie da alça dentro da qual será passada a ponta que estava caudal, de modo a "abraçar" o dente.
3. Torcer a alça.
4. Repetir os passos nos demais dentes.
5. Aplicar a resina por cima da cerclagem para fornecer melhor imobilidade.
Sutura, cuidados e complicações.
Ordem das suturas:
Sutura da gengiva: fio ácido poliglicólico 3-0, padrão simples separado.
Musculatura e subcutâneo da região maxilar: fio ácido poliglicólico 3-0, padrão simples contínuo.
Pele: fio nylon 3-0, padrão Wolff.
O acesso à fratura mandibular é facilitado pela escassez de músculo e pele da região, pois a mandíbula é uma estrutura relativamente superficial.
Com relação à colocação de placas, o principal cuidado é manter a integridade das raízes dentárias, dos nervos e dos vasos sanguíneos ao introduzir os pinos e parafusos.
No pós-cirúrgico:
• Utilizar focinheira e colar elizabetano por um período em torno de 4 a 5 semanas.
• Evitar fornecer ao animal alimentos duros, como ração e petiscos, nos primeiros 10 a 15 dias. Recomenda-se administração de água gelada, gelo, sorvetes, etc. para auxiliar no alívio de dores e inchaços.
• Antibioticoterapia, analgesia e anti-inflamatório.
• Acompanhamento radiográfico após 15 e 45 dias.
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Por: Thiago de Faria
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