Uma pesquisa apresentada durante a Reunião Anual da Federação das Sociedades de Biologia Experimental (FeSBE), em Águas de Lindóia, São Paulo, mostrou que o consumo de ômega 3 por gestantes pode reduzir as chances de os bebês terem depressão. Os pesquisadores encontraram uma relação entre o ácido graxo, encontrado principalmente em peixes como salmão, atum e sardinha, e a melhora do humor em cobaias.
No estudo, ratas grávidas foram alimentadas com suplementos de ômega 3 em todo o período de gestação e até 21 dias depois do parto, durante a amamentação. Quando os filhotes atingiram os 90 dias, foram submetidos a teste de natação forçada. Os pesquisadores determinaram 3 resultados possíveis, de acordo com a ingestão do ácido graxo ou não.
Os ratos poderiam ficar imóveis, o que mostraria um comportamento depressivo; poderiam nadar, o que significaria a liberação de serotonina (hormônio ligado ao bem-estar); e outra possibilidade seria escalar as paredes da piscina, comportamento relacionado à liberação de noradrenalina.
Os animais do grupo de controle, que não receberam o suplemento, ficaram imóveis em maior número. Por outro lado, os que ingeriram o ômega 3 tiveram uma tendência a nadar e não a escalar a parede da piscina. Os pesquisadores concluíram que o ácido graxo estava relacionado à serotonina e não à outra substância.
Outros estudos já haviam relacionado o ômega 3 ao bem-estar emocional. A hipótese dos pesquisadores paulistas é de que componentes do ácido graxo agem sobre um receptor de serotonina, ligado diretamente à região do cérebro responsável pela depressão. A ativação das substâncias desencadearia uma maior liberação de serotonina, hormônio que regula o humor.
O ômega 3 também foi relacionado à produção de substâncias que atuam na preservação das células produtoras de serotonina. Desse modo, os pesquisadores acreditam que o ácido graxo pode ser um auxiliar no tratamento e na prevenção da depressão, sendo muito importante para o desenvolvimento do sistema nervoso do feto.
Por: Maria Clara Corsino.
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