O mundo pede uma pecuária racional, justa e correta com os animais

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O manejo focado em bem-estar animal é uma ferramenta que visa à melhoria na qualidade de vida dos bovinos e equinos, além de ser um fator de melhoria geral na propriedade. “Com uma equipe bem informada e treinada nos conceitos que visam o bem-estar animal, conseguimos mudar uma realidade, às vezes dura, para um trabalho tranquilo e com menor risco de acidentes dentro dos currais”, afirma Paulo Eduardo Fonseca Loureiro, professor do Curso CPT Manejo Racional de Gado.

O treinamento do pessoal objetiva levar à equipe de trabalho conhecimento sobre como os bovinos entendem o ambiente ao seu redor e por que se comportam de determinadas formas. A informação derruba muitos mitos arraigados no campo e modifica as relações entre o homem e o animal, porque agora o homem entende por que o animal responde de determinada forma frente a determinados estímulos.

O que antes era visto como maldade do animal, deve ser compreendido como um comportamento defensivo de medo. A equipe passa a substituir os gritos e os cutucões por um manejo adequado às necessidades do animal. “Todos são beneficiados: o trabalho é mais tranquilo, com menos estresse para os animais e, por consequência, temos uma equipe também mais tranquila”, reitera Paulo Eduardo.

Agressividade ou alta reatividade de um bovino em curral pode ser apenas o reflexo de uma situação de estresse gerada por uma estrutura com erros de construção, percepção do animal de um barulho estranho, ou a presença de um cachorro, ou mesmo a nossa impaciência na condução do trabalho.

Com o manejo focado em bem-estar, consegue-se reduzir os problemas de contusão de carcaças, traumas, acidentes de trabalho, reduz-se o tempo de execução de serviços rotineiros e, principalmente, torna-se a fazenda um lugar agradável, além de os currais passarem a ser verdadeiros centros de manejo. Ainda hoje, encontra-se currais e propriedades inadequados, com instalações que não oferecem nenhuma condição de manejo. “O desconhecimento por parte dos proprietários é a maior causa das instalações inadequadas. Nesses tipos de ambientes, é comum acidentes e o desenvolvimento do trabalho costuma ser mais demorado, agitado e estressante”, relata Paulo.

O mercado cada vez mais exige qualidade da carne. Os frigoríficos estão exigindo qualidade de carcaça e as certificações de propriedade requerem a adoção do manejo gentil para aprovação das fazendas. “Não há por que recuar nessa tendência, o mundo todo quer uma pecuária mais racional, socialmente justa e correta com os animais. Entender os animais é o meio mais fácil e rápido de melhoria de manejo e a resposta é a rentabilidade do negócio como um todo. Todos saem ganhando”, finaliza.

* Paulo Eduardo Fonseca Loureiro é formado em Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Uberlândia, tem MBA em gestão empresarial e é mestre em qualidade e produtividade animal. Após a graduação, dedicou-se à saúde animal, manejo de gado, genética e mercado da carne, com ênfase em Gestão.

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Por Silvana Teixeira.