Entre as doenças que acometem o bovino leiteiro, as patologias de casco estão entre as de maior relevância e isto se deve, principalmente, ao fato de os confinamentos estarem cada vez mais intensificados. Mas estes não são os únicos problemas, observa-se, também, juntamente com os problemas reprodutivos, a presença de mastite, constituindo assim as três principais causas de descarte de vacas leiteiras nas fazendas leiteiras. Sendo assim, para evitar transtornos maiores e prejuízos, devido a doenças antes e pós-partos, os produtores devem ficar atentos e manter condições mínimas nutricionais, de manejo, de limpeza e de espaçamento nos currais.
Doenças metabólicas no periparto
Retenção de placenta, hipocalcemia, cetose, deslocamento de abomaso e queda na imunidade, são algumas das doenças metabólicas que acometem as vacas leiteiras no periparto (período de de transição que abrange 20 dias pré-parto e 20 dias pós-parto), deixando as vacas vulneráveis a muitas infecções.
Alimentação, conforto e agrupamento de vacas são algumas das medidas que ajudam a amenizar os problemas periparto
Problemas relacionados ao periparto
Entre 45 e 60 dias pré-parto, início do período de secagem das vacas, começam a surgir todos os problemas relacionados ao periparto, um bom exemplo é a cetose. A cetose, por sua vez, se dá quando as vacas leiteiras diminuem consideravelmente a ingestão de matéria seca, mobilizando gordura corporal, que se transforma em corpos cetônicos (cetose) que, além de prejudicar muito as vacas, podem até levá-las ao óbito caso não sejam tratadas. De um modo geral, a cetose é uma doença muito comum em vacas leiteiras que secam muito gordas e continuam gordas no pré e no pós-parto.
Medidas preventivas aos problemas periparto
Alimentação, conforto e agrupamento de vacas são algumas das medidas que ajudam a amenizar os problemas periparto. No pós-parto, todas as vacas entram em balanço energético e caso as vacas não estejam preparadas, ou estejam muito gordas, os impactos negativos são maiores.
Ingestão de matéria seca
Disponibilizar uma dieta adequada, ou seja o mais palatável possível, densa, equilibrada, bem balanceada em energia, é o ideal para se evitar problemas. Portanto, a ingestão de matéria seca é essencial à boa saúde das vacas leiteiras, já que no periparto elas tendem a diminuir o consumo de alimentos.
Ingestão de vitaminas
Dispor corretos níveis de minerais, principalmente selênio e vitamina E também é fundamental para a imunidade das vacas. Além disto, a dieta deve ser sempre aniônica, evitando que o organismo do animal tire cálcio dos ossos, disponibilizando-o para a manutenção e a produção de leite. Quando o cálcio é retirado dos ossos é provocado uma hipocalcemia nas vacas, ou seja, a falta de cálcio, desencadeia paresias, paralisias e outros problemas músculo-esqueléticos (síndrome da vaca caída), além de interferir na contratilidade uterina, interferindo na expulsão de placenta, provocando também metrite e deslocamento de abomaso.
Disponibilizar uma dieta adequada, ou seja o mais palatável possível, densa, equilibrada, bem balanceada em energia, é o ideal para se evitar problemas
Ingestão de fibras
A ingestão de fibras é fundamental para o correto funcionamento do rúmen, na taxa de passagem e de absorção dos alimentos e na prevenção de deslocamento de abomaso.
Conforto animal
Outro fator de extrema importância no pré-parto é o conforto e o acesso fácil a água de boa qualidade. Ambientes úmidos, sujos, mal ventilados, promíscuos e com incidência solar alta prejudicam o desempenho das vacas leiteiras, pois desencadeiam o estresse, influenciando negativamente a saúde da vaca. Lotes muito grandes, com muitas vacas dominantes, ou que misturam novilhas com vacas, são procedimentos que devem ser evitados pelos produtores de leite. Esse acúmulo de animais aumentam o índice de retenção de placenta das vacas e os problemas no pós-parto, já que desencadeia liberação de cortisol, hormônio relacionado à retenção de placenta. Outro item que também merece atenção é a instalação do cocho. Este deve estar em local de fácil acesso e ter um tamanho que atenda também o período de maior densidade de vacas.
Monitoramento do período periparto
No que diz respeito aos cuidados com as vacas leiteiras no periparto, ressalta-se que o monitoramento, neste período, é fundamental. O monitoramento correto evita ou minimiza ao máximo os problemas. Todas as vacas na primeira semana pós-parto, então, devem ser monitoradas diariamente quanto à presença de infecção uterina. Isto poderá ser feito por meio da observação de descargas uterinas fétidas ou anormais; ingestão de alimentos; temperatura retal; comportamento e produção.
Fonte: Revista Mundo do Leite
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Por Silvana Teixeira
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