Como melhorar a alimentação de vacas leiteiras? Irei te explicar

Manejo Alimentar.

Como o principal objetivo do manejo alimentar é maximizar a produção animal, muitas vezes ele acaba promovendo alterações no ambiente ruminal, como a instabilidade da microbiota e a queda do pH. Essas alterações fazem com que o metabolismo e o crescimento da microbiota ruminal sejam insuficientes para suportar altas produções, devido à menor produção de proteína microbiana e ácidos graxos voláteis (AGV) (CONEGLIAN, 2012), explica o Prof. Juliano Ricardo Resende do Curso CPT Alimentação De Vacas Leiteiras Em Pasto E Em Confinamento.

Visando obter o máximo de eficiência na produção ruminal e animal, métodos modernos de alimentação têm sido aplicados como tentativa de manipular a fermentação do rúmen. A manutenção do bom funcionamento ruminal não é obtida apenas pela utilização de aditivos, como ionóforos, probióticos e ácidos orgânicos, mas sim por meio de medidas simples, como o fornecimento de dietas completas, a maior frequência do trato e a utilização de fibra fisicamente efetiva e de lipídeos na dieta.

Dieta completa.

Um manejo alimentar bastante comum na maioria das propriedades consiste no fornecimento de concentrado durante a ordenha, geralmente conforme os níveis de produção. Entretanto, existem algumas limitações nessa prática que podem levar à rápida ingestão de alimentos ricos em carboidratos prontamente fermentáveis, ocasionando grandes flutuações na concentração de metabólitos ruminais, com diminuição na ingestão de volumosos por várias horas após o fornecimento de concentrado, mesmo quando forragens frescas são oferecidas (ROBINSON, 1989).

Entende-se por dieta completa, ou dieta total, ou ração total, ou ração completa, o fornecimento de volumosos, concentrados, suplementos proteicos, vitaminas, minerais e outros aditivos em uma mistura única. Nela, os ingredientes devem ser misturados de forma homogênea suficiente para prevenir a seleção dos ingredientes pelos animais. Cada porção ingerida deverá ser adequada para atender às exigências nutricionais, de acordo com cada categoria animal ou grupo de vacas (COOPOCK; SPAINE OWEN apud BORGES et al., 2009), possibilitando variações na relação volumoso:concentrado.

Dessa forma, o uso de dietas completas permite que formulações especiais sejam direcionadas, por exemplo, para vacas de maior produção, que necessitam de uma dieta rica em energia, principalmente no início da lactação (COOPOCK apud BORGES et al., 2009).

Frequência do trato.

A ração, quando fornecida em pequenas quantidades, porém com maior frequência ao longo do dia, proporciona maior ingestão de matéria seca. Isso ocorre porque ela acaba beneficiando a manutenção ruminal, tornando o ambiente ruminal mais estável e prevenindo desordens metabólicas, o que é particularmente importante quando rações ricas em amido são fornecidas (OWEN apud BORGES et al., 2009).

Além disso, o nitrogênio não proteico (NNP) é mais bem aproveitado quando consumido em pequenas proporções, mais vezes ao dia (COOPOCK et al. e OWEN apud BORGES, 2009) e de forma sincronizada, com fontes de energia contendo amido (COOPOCK et al.; YAN e HRISTOV et al. apud BORGES, 2009). Caso contrário, pode ocorrer uma redução da atividade microbiana ruminal, ocasionando queda na ingestão dos alimentos e, consequentemente, da produção de leite (YAN et al. apud BORGES, 2009).

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Por: Thiago de Faria