A prática da agroecologia é um processo que implica adotar um estilo de vida, ou seja, transformar-se enquanto se transforma. Esse processo passa por várias dimensões ou etapas importantes. Uma delas refere-se à conversão ou período de transição, que é o intervalo de tempo variável necessário para que a propriedade migre do modelo convencional para o sistema agroecológico ou orgânico, constituindo-se assim em um agroecossistema, afirma o Prof. Dr. Jacimar Luis de Souza, do Curso CPT Cultivo Orgânico de Hortaliças – Sistema de Produção.
A conversão do manejo da produção agrícola convencional para a orgânica, apesar de começar com a eliminação total do uso de insumos químicos sintéticos, não se resume à simples substituição desses insumos por outros de origem biológica. Seu ponto de partida reside na identificação de uma cadeia de relações entre as diferentes atividades desenvolvidas no agroecossistema, com o objetivo de alcançar a sustentabilidade. Dessa forma, a definição dos processos de produção é conduzida por meio de um enfoque sistêmico, onde os subprodutos de uma atividade são aproveitados em outra, buscando fechar o ciclo de nutrientes, otimizar o fluxo energético e promover o equilíbrio entre as diversas espécies que habitam o ambiente.
Tanto o processo de conversão quanto o manejo de agroecossistemas orgânicos demandam profundos conhecimentos agronômicos e ecológicos, assim como uma compreensão detalhada das particularidades da propriedade rural, incluindo a qualidade e quantidade dos recursos humanos disponíveis na unidade de produção. Esses aspectos são essenciais para definir o esquema a ser seguido
Os sistemas orgânicos, que se fundamentam na substituição de insumos, embora proporcionem a produção de alimentos livres de resíduos tóxicos, frequentemente exibem uma alta dependência de insumos externos. Essa característica os torna geralmente menos sustentáveis quando comparados aos sistemas agroecológicos.
Na conversão, é recomendável que o planejamento se baseie na incorporação progressiva de novas áreas ao manejo orgânico. Na prática, tem sido observada uma diminuição crítica dos rendimentos físicos, especialmente nos dois primeiros anos. Este fato é atribuído, em grande parte, à falta de conhecimento sobre o manejo do agroecossistema e à baixa aplicabilidade técnica. As adversidades bióticas e abióticas enfrentadas pelas culturas, que eram controladas no sistema convencional pelo uso de agrotóxicos e outros recursos energéticos, tornam-se mais evidentes. Ao abandonar esses insumos e depender de um equilíbrio ecológico inexistente, uma série de desafios deve ser superada para restabelecer os níveis de produtividade física. Essas dificuldades são proporcionais ao grau de artificialização em que o sistema estava operando. Quanto mais artificializado, mais distante ele se encontra das condições de equilíbrio ecológico almejadas.
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Por: Thiago de Faria
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