A realidade mundial vem se mostrando bem diferente no que diz respeito ao crescimento e às diferenças demográficas. Merece destaque o aumento da população idosa brasileira, que vem crescendo a cada ano. Estima-se que, nos próximos 20 anos, essa população ultrapassará os 30 milhões de brasileiros.
Em relação aos diversos conceitos de envelhecimento, todos apresentam em comum o caráter inevitável da velhice. Essa realidade é um fator a ser trabalhado com os idosos e é costume o termo “velho” estar associado à pobreza, à dependência e à incapacidade. Já o conceito de “terceira idade” relaciona o idoso com um vida mais dinâmica.
A violência é o maior e o mais crescente problema de saúde pública da atualidade e provoca impacto direto no idoso, expressando-se de forma física, psicológica e social. Muitas vezes, é consequência de uma quebra de expectativa positiva da pessoa idosa, em relação àqueles que as cercam, sobretudo filhos, cônjuges, parentes, cuidadores, a comunidade e a sociedade em geral.
Maus tratos e violência na terceira idade refletem uma fragilidade social já existente, visto que as vítimas mais comuns são aquelas que possuem uma condição socioeconômica desfavorável, as do gênero feminino e da raça negra.
A violência contra o idoso deve ser vista sobre três parâmetros: demográfico, socioantropológico e epidemiológico.
As violências contra os idosos manifestam-se em algumas formas principais: estrutural, institucional, interpessoal, abuso físico e ou psicológico, maus tratos físicos (ou violência física) e ou psicológicos, abuso e ou violência sexual, abandono, negligência, abuso financeiro e econômico e violência medicamentosa:
- violência estrutural: é o tipo de violência caracterizada por desigualdade social, consequência de uma baixa condição financeira.
- violência institucional: cometida por Instituições de Longa Permanência (ILP). Nesses locais, os idosos podem sofrer maus tratos. Retira-se desses indivíduos o poder de decisão e, ou vontade. Também podem estar privados de uma alimentação adequada e de cuidados higiênicos básicos, além de raramente receberem um atendimento médico especializado.
- violência interpessoal: refere-se às interações e relações do cotidiano do idoso, estando diretamente ligada ao contexto familiar e às interações dessa população às atividades do cotidiano.
- violência física (maus tratos físicos e abusos físicos): enquadra-se todo e qualquer tipo de humilhação relacionado à agressão verbal e ao isolamento social provocado.
- abuso sexual e ou violência sexual: realizar o ato sexual com pessoas idosas por meio de violência física ou ameaças.
- abandono: ausência de amparo e proteção familiar, institucional e governamental ao idoso.
- negligência: trata-se da recusa ou omissão de cuidados básicos inerentes aos idosos que devem ser realizados pela família, pelo responsável, ou instituições onde o idoso reside.
- autonegligência: define o idoso desgostoso da vida diante das situações em que vive, possuindo como consequência extrema o suicídio.
- violência medicamentosa: caracteriza-se pela ausência de cuidado com os horários dos remédios do idoso e até mesmo a não disponibilização dos mesmos.
- abuso financeiro e econômico: exploração ilegal ou imprópria dos idosos, ou utilização não consentida por eles de seus recursos financeiros e patrimoniais. É visto com filhos que ficam com toda a aposentadoria do idoso. Esse tipo de abuso também pode ser observado em brigas por herança e geralmente estão ligadas a algum tipo de violência como física e psicológica.
As dificuldades vindas do próprio idoso traduzem-se na negação de denúncias de qualquer tipo de violência e estão relacionadas a questões afetivas e mesmo por medo de perder o carinho da família.
Muitos idosos também temem denunciar o agressor, não só por si, mas pelas outras pessoas da sua família. Muitas vezes, é o próprio filho quem realiza os atos de abuso, violência e agressão. Por natureza, esses idosos já se sentem relativamente diminuídos socialmente, no que diz respeito à humilhação e muitos não conhecem seus direitos.
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