Sr. Gerente: ser eficiente não basta, é preciso ser eficaz!

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A principal função de um gerente é a busca da eficácia. Sem ela, qualidades como inteligência e criatividade dificilmente serão convertidas em resultados positivos para a empresa. Ninguém nasce eficaz. Se a eficácia fosse um dom com o qual as pessoas nascessem, do mesmo modo como nascem com o dom da música ou a inclinação para a pintura, a pessoa estaria em má situação, porque sabemos que apenas uma pequena minoria nasce com grandes dons para quaisquer dessas atividades. Ficaríamos, então, reduzidos a tentar localizar pessoas com alto potencial de eficácia, o mais cedo possível, e treiná-las o melhor que pudéssemos para desenvolver-lhe o talento. Na verdade, se a eficácia fosse um dom, nossa civilização seria altamente vulnerável, senão insustentável, porque uma civilização de grandes organizações depende de grande suprimento de pessoas capazes de serem gerentes, com uma parcela de eficácia.

Segundo Hélvio Tadeu Cury Prazeres, professor do Curso a Distância CPT Gestão de Pessoas na Pequena Empresa - Parte 1, “Eficiência e eficácia são palavras semelhantes, empregadas muitas vezes inadequadamente como sinônimas, para desespero dos puristas e dos especialistas em Recursos Humanos e Administração de Empresas”.

Autodesenvolvimento de um gerente

Para o autodesenvolvimento de um gerente, há muito mais que seu treinamento em eficácia. Terá de conseguir conhecimentos e habilidades, terá de aprender novos e bons hábitos de trabalho ao longo de sua carreira. Assim como, ocasionalmente, terá de desaprender velhos hábitos de trabalho. Mas, conhecimento, habilidades e hábitos, por mais que se adquiram, darão muito pouco ao gerente, a não ser que ele desenvolva sua própria eficácia.

I- Há como ensinar eficácia?

Sim. Basta observar o grande número de cursos sobre eficácia programados pelas escolas e entidades dedicadas a treinamento profissional e conferir o número de interessados no assunto. Como o aprendizado da eficácia pressupõe quase sempre uma mudança radical de comportamento, alguns cursos trabalham com as atitudes do indivíduo, ajudando-o a melhorar sua autoimagem e remover as barreiras psicológicas, por meio de técnicas de automotivação, desenvolvimento da autoconfiança e do controle emocional. Outros preferem dar ênfase à utilização total da mente, incluindo exercícios de criatividade, desenvolvimento da memória e da capacidade de concentração. Existem ainda os cursos que acrescentam a tudo isso conceitos práticos sobre utilização do tempo, sobre delegação de poderes e sobre relacionamento humano.

II- A eficácia pode ser medida?

Sim. A eficácia pode ser medida, mas é preciso antes de tudo, determinar os padrões de medição. Um exemplo: um gerente de vendas aumenta em 20% as vendas gerais da empresa, mas não aumentou a venda dos produtos mais rentáveis, que era a meta estabelecida. Sem padrões, não há personalidade eficaz.

III- Para serem eficazes, os gerentes têm de ter características semelhantes?

Não. Gerentes eficazes são muito diferentes entre si, tanto em temperamento como em habilidades, tendo em comum apenas a capacidade de conseguir que as coisas certas sejam feitas. Entre os gerentes eficazes, há extrovertidos e reservados, homens solitários, alguns morbidamente tímidos. Alguns são excêntricos, outros penosamente corretos, conformistas. Alguns são gordos, outros esguios. Uns combativos, outros moderados. Alguns bebem consideravelmente, outros são abstêmios totais. Há poucos entre eles que corresponderiam ao conceito popular de um líder. Alguns têm grande ambição, outros nada sabem além de seu estreito campo de ação e não se preocupam com mais coisa alguma. Alguns desses homens são egocêntricos, mas há os que são generosos de coração e pensamento. Há os que usam a lógica e análise, outros que se baseiam principalmente na percepção e na intuição.

Existe um padrão físico ou de personalidade para o gerente eficaz?

Não. Embora não exista um padrão físico ou de personalidade para o homem eficaz, a ineficácia pode manifestar-se em pessoas que não têm atitude positiva diante de si mesma e do trabalho, ou seja, que tenham uma baixa autoimagem. Por isso, a eficácia está no indivíduo e sua potencialidade, na descoberta de fatores favoráveis que deflagrem um processo de crescimento pessoal, que, consequentemente, redundará no crescimento profissional.

Qual o primeiro passo para se tornar um gerente eficaz?

Cada pessoa deve saber o que pretende obter na vida, o que significaria para si ter sucesso. O importante é que o alvo seja particular e não o resultado da imposição de outros, sejam eles pais, esposos, amigos entre outros. Conselhos e orientações são úteis e é tolice desprezá-los, mas só podemos ser plenamente felizes trilhando o nosso próprio caminho, fazendo aquilo para o que temos aptidão e gosto. Não devemos buscar sucesso como forma de provar aos demais o quanto nós somos capazes. Ele é o resultado natural do desenvolvimento de nosso potencial, nosso crescimento e, nesse sentido, seu significado é felicidade, saúde mental, paz de espírito, contentamento íntimo. O cultivo da mente é um fator de muita importância para quem quer desenvolver plenamente seu potencial. E seu curso gira basicamente sobre a higiene mental e pensamentos motivadores, exercícios de condicionamento e descondicionamento.

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Por Silvana Teixeira.