O combate das formigas cortadeiras é fundamental em reflorestamentos já que elas constituem fator limitante, causando perdas diretas, como morte de mudas e redução no crescimento de árvores; e indiretas, como diminuição da resistência das árvores a outros insetos e agentes patogênicos, a desuniformização nos povoamentos, em razão das desfolhas, além da quantidade enorme de agrotóxicos aplicada no controle de tais pragas.
"Também, existem os gastos envolvidos no esforço humano para combatê-las, tendo-se, ainda, que considerar os efeitos da escavação dos ninhos que danificam represas, pontes, estradas e rodovias, em razão das galerias e das câmaras subterrâneas que esses insetos constróem",afirmam Pesquisadores da EMATER do Paraná e do Centro de Pesquisa Agroflorestal da EMBRAPA e também da Associação de Recuperação Florestal do Médio Tietê, responsáveis pelo Curso a Distância CPT Reposição Florestal.
Áreas de implantação ou rebrota de eucalipto e pinus
Em áreas de implantação ou rebrota de eucalipto e pinus, a quantidade de ninhos de quenquéns geralmente é grande. Em áreas de eucalipto, com alta infestação de ninhos de formigas cortadeiras, as árvores poderão ser totalmente desfolhadas, chegando a formar clareiras no meio do reflorestamento. Isso ocorre, pois as formigas atacam as plantas, durante toda a sua fase de crescimento, impedindo a sua sobrevivência. Ao contrário, em áreas com plantas adultas e em fase de manutenção do plantio, mesmo que ocorra redução da produção de madeira com o ataque de formigas cortadeiras, a morte de plantas é muito menor.
Perdas e danos
Para se ter uma ideia dos prejuízos causados pelas formigas cortadeiras, essas espécies consomem mais vegetação que qualquer outro grupo de inseto praga por unidade de tempo. A quantidade de vegetação cortada, apenas por saúvas em florestas tropicais pode variar de 12% a 17% da produção do ecossistema. Além disso, essa praga pode representar 75% dos custos e do tempo gasto no controle de pragas em reflorestamentos, além de provocar perda de 13% da madeira, quando as árvores de eucalipto sofrem uma desfolha de 100%.
Como os danos por formigas cortadeiras são muito aparentes, pois se pode ver o corte e o transporte de folhas, o seu controle tem sido feito de forma intensiva, na maioria das regiões. No entanto, como parte dos ecossistemas, tem-se demonstrado que, de forma semelhante a outras pragas, as formigas cortadeiras podem ser toleradas, desde que dentro de limites aceitáveis. Nesse contexto, é necessário desenvolver-se práticas de manejo integrado de formigas cortadeiras, que procurem preservar e incrementar os fatores de mortalidade natural dessa praga, mediante o uso integrado de todas as técnicas de combate possíveis.
Nos dias atuais, isto tem sido empregado por empresas reflorestadoras do país, principalmente com relação às formigas cortadeiras, que são consideradas pragas-chave dos plantios florestais. Assim, a tendência atual é o manejo integrado de formigas cortadeiras por meio de regras de convivência com as mesmas durante o crescimento e a maturação das plantas, o que pode contribuir para a conservação da vida selvagem e para a introdução de novas possibilidades de controle de pragas.
Monitoramento e controle
Métodos de monitoramento de formigas cortadeiras trabalham com dados relacionados ao potencial de dano dos formigueiros, de acordo com seu tamanho. Dessa forma, conhecendo-se o número e o tamanho do formigueiro, por área de cultivo, e a produtividade das plantas e a possível perda de incremento, por causa da desfolha por formigas cortadeiras, é possível estimar-se o nível de dano para essa praga. Por isso, dependendo da infestação, pode-se decidir por controle ou não.
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Por Silvana Teixeira.
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Comentários
WANDER SALLES DOS SANTOS
26 de jul. de 2019Interessante!
Resposta do Portal Cursos CPT
29 de jul. de 2019Olá Wander Salles dos Santos,
Agradecemos sua visita e comentário em nosso site.
Ficamos felizes em saber que você gostou do nosso artigo, e que o achou interessante.
Atenciosamente,
Victor Sampaio