Entre os animais candidatos ao acasalamento, o ranicultor deverá selecionar os reprodutores que apresentam as características de maior aptidão sexual. No caso dos machos, ele deverá observar a constante vocalização (emissão de sons ou canto), o comportamento agressivo para manter seu território, a forte compressão dos braços quando estimulados (amplexo), além da proeminência dos seus acúleos nupciais (esponjas nos dedos), e da região gular (papo) (AYUB ET al., 1998). No caso das fêmeas, é exigida certa sensibilidade e maior experiência do ranicultor para poder identificar aquelas rãs que apresentam o abdômen mais proeminente, em razão do desenvolvimento do oviduto, indicando estar em maturação avançada.
Segundo Samuel Lopes Lima, professor do Curso CPT Criação de Rãs – Novas Tecnologias, “Qualquer que seja o tamanho do ranário, deve-se evitar a estratégia utilizada pela maioria dos criadores, por ser mais simples ou não exigir nenhum manejo reprodutivo por parte dos ranicultores, que é deixar os reprodutores em uma única baia durante todo o ano”. Quando isto acontece, os acasalamentos ocorrem aleatoriamente, sem nenhum tipo de controle ou interferência do criador. Como resultado, o criador perde a chance de realizar o aprimoramento genético do plantel, além de ampliar os riscos da ocorrência dos efeitos deletérios resultantes da endogamia (má formação, elevada mortalidade, baixo índice de crescimento etc.).
Indução ao acasalamento
O simples fato de transferir os reprodutores da baia de mantença, para outro local onde encontram condições favoráveis ao acasalamento, já estimula a ocorrência da reprodução e, em consequência, a obtenção das desovas. No entanto, quando o ranicultor tem urgência de obter as desovas, a indução hormonal pode ampliar as possibilidades do acasalamento.
Época ideal para a indução ao acasalamentos
Os reprodutores geralmente estão mais aptos para o acasalamento, durante a primavera e o verão, em razão do fotoperíodo mais amplo e da temperatura mais elevada. No Brasil, o ciclo reprodutivo da rã touro, por exemplo, ocorre entre os meses de outubro a fevereiro.
Parâmetros ambientais, em instalações especiais, podem ser simulados artificialmente nas baias de mantença, favorecendo a maturação das gônadas dos reprodutores. Com isto, eles ficam aptos ao acasalamento durante todo o ano, o que possibilita a ocorrência de desovas fora do período reprodutivo natural.
Fertilização artificial
Em caso de urgência, quando o ranicultor necessitar do cruzamento ou acasalamento de um determinado casal, não podendo esperar pelo acasalamento natural, poderá induzir os reprodutores com hormônio, promovendo, então, a fertilização dos gametas artificialmente.
Controle de proles
Todo ranicultor deve fazer melhoramento genético em seu ranário, independente do tamanho do seu empreendimento. Por meio do controle de proles, ele é capaz de manter a produtividade em seu ranário, evitando os problemas de consanguinidade no seu plantel. O controle se inicia no direcionamento dos acasalamentos, selecionando os reprodutores conforme seu pedigree, histórico familiar e, ou a procedência, considerando-se os interesses zootécnicos. Para escolher, no seu próprio plantel, os animais que irá eleger como futuro reprodutor, o ranicultor deverá manter desovas, ou amostras de desovas, devidamente identificadas e separadas das demais.
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Por Silvana Teixeira.
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