Como melhorar o manejo nutricional para aumentar a produção de bovinos?

Segundo explica a  Prof.ª Dr.ª Taiane Martins do Curso CPT Nutrição e Alimentação de Bovinos de Corte, o gerenciamento nutricional é uma parte essencial da produção de bovinos de corte, seja a pasto ou em confinamento. Com até 70% dos custos totais de produção relacionados à alimentação, é crucial para os produtores compreenderem e controlarem o consumo de alimentos de seus rebanhos. Neste contexto, os índices zootécnicos desempenham um papel fundamental, pois fornecem dados quantitativos e qualitativos sobre o desempenho da produção, auxiliando no planejamento estratégico, na previsão de custos e na maximização da eficiência alimentar.

Neste artigo, exploraremos as estratégias de manejo nutricional para gado de corte, abordando desde o planejamento da dieta até o monitoramento do consumo, destacando a importância de uma alimentação adequada para o sucesso da atividade pecuária.

Desta forma, torna-se muito importante saber com precisão o real consumo de matéria seca (CMS) de alimentos para o cálculo preciso da dieta, planejamento estratégico da produção, previsão de custos e investimentos.

No planejamento do manejo nutricional de gado de corte devem ser considerados alguns elementos:

1. Recursos disponíveis na propriedade.

2. Desempenho desejado do rebanho.

3. Situação atual do mercado.

4. Custo dos alimentos.

5. Necessidade nutricional de cada animal.

6. Velocidade de ganho de peso desejada.

A adaptação da dieta de confinamento deve ser gradual, utilizando protocolos como adaptação em degraus/escadas, adaptação intercalada (two ration blending), restrição de consumo e adaptação em piquetes.

O monitoramento do consumo de alimentos pode ser feito através da leitura de cocho. Esta avaliação deve ser realizada antes do primeiro trato da manhã, atribuindo-se notas que, geralmente, variam de 0 a 5, em função da quantidade de alimento no cocho em cada curral do confinamento, sendo "0" quando o cocho estiver vazio e "5" cheio.

Lembre-se de que alterações no consumo de alimentos podem também ocorrer em função de falhas estruturais e de manejo.

Oferta x consumo x eficiência alimentar x viabilidade econômica.

A eficiência alimentarem bovinos de corte está relacionada com a capacidade que o animal tem de transformar o que come (capim, silagem, ração) em carne, carcaça ou bezerro.

O consumo alimentar residual (CAR) é definido como a diferença entre a ingestão observada e a estimada, sendo a ingestão estimada calculada por equações de regressão da própria ingestão em função do tamanho corporal e da velocidade de crescimento.

Fatores que afetam o consumo e eficiência alimentar:

• Grupo genético.                      • Sexo do animal.

• Idade do animal.                    • Estado fisiológico.

• Tamanho do animal.              • Temperatura.

• Qualidade da dieta.                • Uso de ionóforos.

• Consumo de água.                 • Área disponível de cocho, etc.

Independente dos fatores anteriores, no dia a dia de um confinamento, a ferramenta de gerenciamento do consumo de alimentos é baseada na "leitura de cocho" ou "escore de sobras", onde é possível identificar a necessidade ou não do reabastecimento dos cochos e o que deverá ser ajustado para o fornecimento do dia seguinte.

O ideal é ter o mínimo de sobras de alimentos no cocho, algo em torno de 2 a 4% da quantidade fornecida diariamente. Isto significa perdas mínimas com o alimento fornecido; e quanto menor o desperdício, menor as despesas.

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Por: Thiago de Faria