A prática do extrativismo envolve a coleta de plantas, seja de sua totalidade ou de partes específicas, que crescem naturalmente em diferentes ambientes, como matas, pastagens e áreas alagadas, explica a Prof.ª Dr.ª Maria Bergo, do Curso Uso de Plantas Medicinais em Dermatologia.
O extrativismo é muito praticado, muitas vezes sem critérios, para preservação das espécies. A colheita desenfreada pode levar as plantas nativas a um processo de extinção.
Além disso, o extrativismo resulta em um material bastante heterogêneo e muitas vezes de má qualidade. Outro problema é a identificação duvidosa do material vegetal utilizado.
As plantas nativas podem ser utilizadas na fitoterapia, desde que isso seja feito de uma forma racional, permitindo a reprodução e a perpetuação das espécies. Para isso, é preciso observar suas características ecológicas e implementar um manejo sustentável dessas espécies.
Algumas espécies nativas de plantas estão em risco de extinção e, por isso, sua exploração é proibida por lei. Antes de partir para a coleta de plantas nativas, é preciso consultar os órgãos de proteção ambiental, como o IBAMA e o IEF, para se inteirar sobre quais são as espécies cuja exploração é proibida por lei e quais podem ser exploradas.
No caso de coleta de folhas e cascas, a exploração deve ser feita através de podas controladas, de forma a preservar a maior parte da planta.
Muitas das espécies nativas podem ser cultivadas, não havendo necessidade de serem coletadas na natureza. Exemplos de plantas nativas que já estão sendo cultivadas são: jaborandi, carqueja, salsaparrilha, espinheira santa, dentre outras.
O extrativismo deve ser limitado ou abandonado, dando lugar ao uso de plantas cultivadas por meio de tecnologias apropriadas.
Quando se trata de plantas medicinais, a qualidade é essencial, pois as quantidades de princípios ativos presentes nas mesmas são relativamente pequenas e o material a ser utilizado como medicamento deve ser isento de resíduos e ter boas condições sanitárias.
O cultivo das plantas medicinais permite a obtenção de produtos com melhor qualidade terapêutica. Os fatores que levam a essa melhoria de qualidade podem ser: o cultivo de espécies, variedades ou híbridos que possuam os caracteres desejados; o melhor desenvolvimento das plantas (por causa do melhor manejo das condições do solo, do controle de pragas e doenças etc.); as melhores condições de colheita e o processo pós-colheita, com secagem em temperaturas adequadas, melhores condições de armazenamento, dentre outros.
Em resumo, a transição do extrativismo descontrolado para o cultivo planejado de plantas medicinais é fundamental não apenas para a preservação do meio ambiente, mas também para garantir a produção de produtos fitoterápicos de alta qualidade. Ao abandonarmos práticas prejudiciais e adotarmos tecnologias apropriadas, não só protegemos as espécies ameaçadas, mas também asseguramos uma produção sustentável e eficiente de medicamentos derivados de plantas. Ao cultivarmos com responsabilidade, respeitando a natureza e seguindo práticas sustentáveis, abrimos caminho para um futuro em que a fitoterapia se torna uma aliada essencial na promoção da saúde, enquanto preservamos a diversidade biológica de nosso ambiente.
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Por: Thiago de Faria
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