Conscientização Ambiental

A preservação de recursos naturais garante qualidade de vida para as próximas gerações

A necessidade de conciliar o crescimento populacional e a preservação dos recursos naturais tem sido uma constante preocupação entre profissionais que atuam na área ambiental e cidadãos comuns. Estão todos empenhados em transformar a relação homem – meio-ambiente em prol da qualidade de vida imediata e a longo prazo.

Crescimento econômico X preservação ambiental

Muito mais do que se importar com essa questão, é preciso apontar soluções e agir de maneira consciente, propondo essa atitude nos ambientes ao nosso redor. Para Gínia César Bontempo, bióloga e doutora em Educação Ambiental, é possível que haja um equilíbrio entre o desenvolvimento urbano e a preservação dos recursos naturais, desde que estratégias conservacionistas sejam seguidas. A bióloga acredita que, através do conservacionismo, é possível amenizar os problemas ambientais. Em outras palavras, é possível providenciar um resultado imediato e parcial, sendo que resultados ainda mais significativos viriam como uma consequência a longo prazo.

São inúmeras as intervenções do ser humano que prejudicam o meio ambiente. Uma delas é a construção civil, já que esse setor econômico tem aumentado consideravelmente em virtude não só do crescimento populacional mas também de eventos como as Olimpíadas e a Copa do Mundo, ambos com sede no Brasil nos próximos anos.

A especulação imobiliária é outro fator diretamente relacionado aos problemas ambientais, pois áreas ricas em fauna e flora são cada vez mais o foco de projetos imobiliários. Tais obras são voltadas para o turismo e a construção de condomínios de luxo destinados a pessoas com alto poder aquisitivo. No outro extremo sócio-econômico, há famílias carentes que, por falta de opção, constroem suas casas em topos e encostas de morros, onde outrora havia uma infinidade de espécies vegetais e animais. Nesse caso, em época de chuva constante, os deslizamentos chegam a ser previsíveis.

Entre outros fatores, a atividade agrícola, a pecuária e a mineração são altamente prejudiciais à fauna e à flora. Cabe ao homem estabelecer um relacionamento menos nocivo no meio em que atua, visando seu próprio bem-estar. Sem essa conscientização, a sociedade está fadada a sofrer diretamente as consequências dos seus próprios atos.

A relação entre o homem e a natureza

A bióloga Gínia Bontempo subdivide os problemas ambientais em dois diferentes tópicos: aqueles oriundos da intervenção do homem no meio rural e aqueles provenientes da degradação ecológica no meio urbano. Um local não se sobrepõe ao outro quanto à gravidade e à intensidade dos danos causados à própria população. Doenças respiratórias, por exemplo, são frequentemente diagnosticadas em pessoas que vivem próximas aos grandes centros industriais, devido ao alto índice de poluição.

Ainda como consequências dessa relação nada harmoniosa entre o homem e a natureza, Gínia Bontempo cita aquelas que o prejudicam diretamente, como o aumento considerável da temperatura em várias regiões do planeta em decorrência do aquecimento global. Além disso, o desmatamento causa erosões que empobrecem o solo, fazendo com que a atividade agrícola seja praticamente inviabilizada. O desequilíbrio das cadeias alimentares aliado à invasão do homem no habitat dos animais silvestres faz com que esses bichos avancem em direção aos centros urbanos em busca de abrigo e comida. Assim, pragas e doenças podem ser facilmente disseminadas nesses meios.

A educação no processo de conscientização ambiental

De acordo com a doutora em Educação Ambiental, qualquer pessoa pode contribuir para o desenvolvimento sustentável e divulgá-lo, basta querer e adotar um comportamento consciente na sua rotina. Essa postura inclui a redução do consumo exagerado, a reutilização, a reciclagem, a busca por meios alternativos de energia (ou seja, que causem pouco impacto no ambiente) e o estabelecimento de normas rígidas que protejam o bioma.

A responsabilidade ambiental deve ser incentivada desde cedo por pais e professores

Através de seu discurso, a especialista pretende incentivar e orientar a educação ambiental no ensino fundamental e médio, reafirmando a sua importância na formação de adultos empenhados nessa causa. Contudo, ela alerta para a necessidade de o educador se mostrar inteiramente responsável como cidadão, tornando-se, dessa forma, um exemplo para os seus alunos e para as demais pessoas com as quais convive.

Segundo Gínia Bontempo, antes de iniciar esse trabalho, o educador precisa estar ciente de que a conscientização, a conservação e a preservação ambiental surgem como consequência da admiração, do respeito e do amor pela Terra. De nada adiantaria apresentar a temática sem conquistar os aluno, sem fazê-lo se sentir parte da natureza e de todos os seus recursos. O respeito pelo meio em que vive é algo que dificilmente será aprendido em uma matéria na escola. Por outro lado, se o aluno se sente parte dele, agirá de modo a preservá-lo, zelando pela própria vida, pela vida da sua espécie.

No curso Meio Ambiente: Tema Transversal, elaborado pelo CPT – Centro de Produções Técnicas, há muito mais do que uma mera apresentação da questão ambiental, considerando suas causas e possíveis soluções. Nesse curso, a doutora Gínia Bontempo discute o tema, orientando os educadores quanto à importância de trabalhar com a conscientização ambiental com crianças e adolescentes ao longo do ano letivo, tanto dentro quanto fora do ambiente escolar.

Por Camila Guimarães Ribeiro