Anatomia e posicionamento de cotovelo.
Uma doença muito comum em cães de portes maiores é a displasia de cotovelo, ou seja, o desenvolvimento anormal do cotovelo, explica Sâmara Turbay Pires, professora do Curso CPT Ultrassonografia e Radiologia em Pequenos Animais.
Para avaliar esta displasia, recomenda-se 3 projeções principais:
• Projeção médio-lateral: animal em decúbito lateral, tirando a sobreposição do outro membro, posicionando o cotovelo sobre os chassis.
Displasia: causada pela incongruência entre úmero, rádio e ulna, principalmente nas áreas do processo ancôneo e coronoide da ulna.
Projeção crânio-caudal: animal em decúbito ventral, membro esticado sobre a mesa, puxando um pouco a cabeça para o lado. Quanto mais próximo do chassi, melhor a imagem.
Displasia: processo coronoide ficando um pouco mais sobreposto.
Projeção médio-lateral: animal com o membro flexionado, tentando tirar a sobreposição, principalmente do processo ancôneo, avaliando de uma forma melhor.
Displasia de cotovelo.
A displasia de cotovelo é uma doença ou afecção poligênica, na qual ocorre uma anormalidade do desenvolvimento da articulação do cotovelo dos animais.
As manifestações clínicas acontecem geralmente aos 4 a 8 meses de idade, de forma unilateral ou bilateral. Hoje, acredita-se que esta displasia acontece devido a uma incongruência
Principais alterações que podem acontecer devido à incongruência articular:
• Não união do processo ancôneo: ocorrência de incongruência articular pelo animal apresentar uma ulna mais curta. Tem-se assim uma sobrecarga na região do processo ancôneo. Como a articulação não se encaixa direito, pode não haver a união do processo ancôneo durante o desenvolvimento do animal. Na maioria das vezes, é bilateral.
Diagnóstico: a partir de 20 semanas.
• Fragmentação do processo coronoide medial da ulna: animal apresentando alteração na congruência articular, com o rádio mais curto, causando sobrecarga no processo coronoide.
Diagnóstico: sinais entre 4 a 6 meses de idade.
Osteocondrose e osteocondrose dissecante.
A osteocondrose ou osteocondrose dissecante são alterações mais relacionadas a raças de porte maior.
A osteocondrose acontece devido a um distúrbio na diferenciação celular normal no crescimento da cartilagem articular. Ocorre uma necrose da cartilagem epifisária devido à falha no processo de ossificação endocondral.
Causas da osteocondrose:
• Provavelmente multifatorial (etiologia desconhecida).
• Envolvimento genético.
• Traumas.
• Efeitos nutricionais (cães superalimentados com dietas hipercalóricas ou suplementação excessiva de mineral).
A lesão manifesta da osteocondrose aparece como um atraso na progressão da frente da ossificação. A sua cicatrização ocorre por incorporação no osso subcondral. O desenvolvimento da lesão dissecante por trauma causa colapso da cartilagem articular sobre as áreas da cartilagem epifisária necrótica.
Em alguns animais, a região necrosada pode se soltar e agir como um corpo estranho na articulação. Quando isso acontece, tem-se um "flap articular".
A principal região em que se é observada a osteocondrose é a escápuloumeral. Para essa região, as projeções recomendadas são a médio-lateral e caudocranial ou craniocaudal.
Para conseguir observar melhor a cabeça do úmero dos animais, retira-se um pouco a cartilagem da sobreposição com a escápula. Para isso, o membro deve ser rotacionado para a região medial ou lateral.
Alterações que podem ser observadas radiograficamente em animais com osteocondrose:
• Região proximal da cabeça do úmero: Necrose (morte) da cartilagem; falha radiográfica na região de alteração.
• Região próxima da cabeça do úmero: Pedaço da cartilagem (flap de fragmento) se soltando da articulação, causando dor no animal e alterações na articulação.
• Região distal de úmero e de fêmur: área mais radiotransparente mostrando deficiência nesta articulação.
• Região mais distal de membro pélvico: falha na articulação com presença de fragmento; formação de osteófitos.
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Por: Thiago de Faria
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