A primeira lenda da história que cerca os mitos do vinho fala de Dionísio, um dos mais obscuros deuses da mitologia grega, filho de Zeus, o senhor do Olimpo. A versão mais popular de sua lenda narra que Hera, a esposa de Zeus, descobriu que havia sido traída por uma simples mortal, Sêmele, que ficou grávida de seu marido. Enciumada, convenceu sua rival a encontrar-se com Zeus e confrontá-lo. Isso representaria a sua possível morte e o fato se concretizou.
Zeus, então, resgatou Dionísio do ventre de Sêmele e costurou-o à sua coxa, aguardando o dia em que ele estivesse pronto para nascer. Quando Dionísio cresceu, Hera, muito raivosa, fez com que ele se transformasse em um louco andarilho. Em suas andanças pelo mundo, Dionísio casou-se com a deusa Cibele e, curado, descobriu a cultura da videira e a forma de produzir o vinho.
Em seu retorno à Grécia, difundiu os seus conhecimentos. Dionísio tinha duas naturezas extremas em sua personalidade: a primeira, de felicidade e relaxamento, que se intercalava com a segunda, caracterizada pela amargura e fúria.
Essa dupla personalidade se assemelha à própria natureza do vinho que, quando consumido de forma moderada, torna-se benéfico e agradável e, quando ingerido de forma imprópria, torna-se potencialmente prejudicial.
Por Silvana Teixeira.
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