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A "poética" de Aristóteles

Desde a antiguidade, o ser humano vêm contando histórias, de diferentes formas, em diferentes linguagens. Aristóteles, em sua “Poética”, apresenta um manual para criação de formas narrativas

Poética de Aristóteles


Desde a antiguidade, o ser humano vêm contando histórias, de diferentes formas, em diferentes linguagens. Primeiro, usou a narração oral, o teatro, o texto escrito; nos tempos modernos, o cinema e a televisão, e muitas outras artes, como a pintura e a escultura, que fazem parte das formas da expressão humana. Formas estas de expressão que derivam para diferentes linguagens, mas que, invariavelmente, têm muitas características em comum.

Aristóteles, em sua "Poética", em plena Grécia Antiga, apresenta um manual para criação de formas narrativas, na época representada principalmente pelo teatro grego. Segundo Maria Oliveira Cortes, professora do Curso a Distância CPT Literatura Infantil e Contação de Histórias, “Aristóteles estuda a fundo as características das formas de narrativa, teoriza os efeitos das várias formas de narração na plateia, e tenta ensinar técnicas para a elaboração de uma poesia, tragédia ou comédia, que sejam determinantes para o sucesso. Uma das principais definições que propõe é a da estrutura do texto, com começo, meio e fim, que, embora pareça óbvia, ainda hoje é fator determinante no fracasso/sucesso de uma obra”. Ainda em relação à estrutura, Aristóteles estuda fatores como a unicidade da história contada e a necessidade de uma certa dose de verossimilhança.

Outro aspecto interessante é que ele define o termo “peripécia”, como o que faz a história andar, e que deve estar presente em qualquer narrativa. Numa história, teríamos inicialmente uma situação de equilíbrio, que, por conta de algum fato relevante, torna-se desequilibrada, exigindo a ação do herói, que vai enfrentar diversas peripécias até que se tenha um desfecho e o restabelecimento do equilíbrio.

A importância da “peripécia” é tão grande na narrativa que muitos estudiosos afirmam que na narrativa clássica o que se tem é um final conhecido pelo leitor/espectador (ou pelo menos esperado), e que a função do autor é criar peripécias para retardar o desfecho, ou seja, ela é o recheio da história. Aristóteles também estabelece diversos outros conceitos importantes para o bom andamento de uma história. É o caso do que ele chama de “reconhecimento”, em que ocorre uma passagem “do ignorar para o conhecer”. Por exemplo: ao final da história, as personagens principais descobrem que, na verdade, eram irmãos. Quem nunca viu isso em algum livro, filme ou novela?

Uma situação que consideramos clichê, mas que, na verdade, faz parte de uma “receita” estabelecida desde os tempos aristotélicos. Outra técnica importante conceituada por Aristóteles é a das narrativas “paralelas” ou “simultâneas”, em que dois ou mais fatos se desenvolvem ao mesmo tempo, um colaborando para a valorização do outro na estrutura narrada. É o caso, no cinema, dos ladrões que estão roubando uma casa, ao mesmo tempo em que um vizinho chama a polícia. Daí em diante, alternam-se as sequências com os ladrões roubando e a polícia a caminho, cada vez mais rápidas e nervosas, até se criar uma situação de suspense em que o espectador se afunde na cadeira de ansiedade, e se pergunte totalmente envolvido: será que a polícia chegará a tempo?

Por esses e muitos outros conceitos, a ”Poética” de Aristóteles, apesar de ter se tornado, de certa forma, anacrônica nos detalhes, serviu e ainda serve de guia para autores de todos os tempos, surgindo daí o conceito de “narrativa clássica”, presente nos dias de hoje em novelas e séries da TV, em cinema, gibis e, é claro, na maior parte dos livros de ficção. Ao ler um livro ou ver um filme, pense nisso. Existem técnicas para se criar uma história, o que faz com que a leitura possa ir muito além do que está explícito nas páginas impressas.

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Por Silvana Teixeira.

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