Quebra de paradigmas

 Prof. Nelson Fernandes Maciel
Diretor-Presidente do Grupo CPT

Quando se fala sobre as características de um empreendedor de sucesso, sempre é citada a sua capacidade de quebrar paradigmas.

Paradigma é procedente da palavra grega “paradeigma” que significa um exemplo, um padrão, um modelo.

Os paradigmas induzem o nosso comportamento, os nossos conceitos e preconceitos, a visão das coisas e as diretrizes a serem seguidas. Isso ocorre com base em uma percepção comum de tradições, valores, costumes, crenças e regras.

No entanto, muitos paradigmas são as causas de várias limitações em nossos procedimentos e inovações.

Identificar e quebrar paradigmas que atrapalham o nosso desenvolvimento como profissionais e como cidadãos é uma das bases para a evolução do homem, das organizações e da sociedade. Mas, como mudar paradigmas, conceitos, preconceitos e procedimentos estabelecidos ao longo do tempo? A resposta pode ser a chave para o destaque de um profissional, uma equipe, uma empresa ou um país. Pode ser, também, o fracasso.

Einstein já dizia: “é mais fácil quebrar um átomo que um preconceito”.

A mudança de paradigma pode levar-nos a um novo momento, a um novo “status” que abre novas possibilidades e oportunidades para o sucesso de nossa atuação profissional ou um novo rumo para a organização.

Veja estes dois exemplos que mostram bem a importância da quebra de paradigmas.

Em 1945, na segunda grande guerra, os Estados Unidos criou o Projeto Manhattan, onde reuniu um grupo secreto de 300 cientistas, na cidade de Los Álamos, no Estado do Novo México, para descobrir a explosão da bomba atômica. Conta-se que 299 cientistas foram pesquisar a explosão da bomba e um entrou para pesquisar a implosão da bomba. Aos poucos, ele foi ganhando adeptos e, no final, descobriu a fórmula  da bomba que acabou com a guerra.

Este é um exemplo clássico de quebra de paradigma.

 

 

Há alguns anos, quando se falava em relógio bom e preciso, falava-se nos relógios suíços. Em 1967, um pesquisador suíço desenvolveu o relógio de quartzo (eletrônico). Os fabricantes da Suíça não tiveram o mínimo interesse em usar a nova tecnologia, pois relógio bom tinha de ter engrenagem precisas, rubis e ser suíço. Eles dominavam 98% do mercado de relógios. A tecnologia foi vendida para os japoneses que produziram os mais baratos e precisos relógios. Assim os japoneses tornaram-se os maiores fabricantes de relógios do mundo, quebrando a hegemonia dos suíços.

O paradigma dos relógios suíços não permitiu que eles enxergassem o valor da inovação.

Assim, quebrar paradigmas é procurar enxergar as coisas por um ângulo diferente dos outros. É preciso analisar a forma que pensamos e atuamos. Entender que as soluções estão na mudança de nossos pensamentos.

No entanto, aqueles que quebram paradigmas, que efetuam mudanças, encontram rejeições e obstáculos por todos os lados, principalmente daqueles que se beneficiavam com a antiga ordem ou saem de sua zona de conforto.

Mesmo assim, não tenha medo de mudar, pois você pode estar mudando a sua vida, a vida de sua equipe, de sua família ou de sua empresa.