O homem do agronegócio brasileiro, em sua maioria, não percebe o quanto pode modificar a sua vida e sua empresa as negociações comerciais internacionais procedidas por representantes do governo federal.
Quando as conseqüências dos acordos se concretizam, trazendo perdas de mercados externos já conquistados e grande competição no mercado interno, o empresário percebe que as negociações foram mal feitas, contrariando seus interesses. No agronegócio, então, somos mestres em defender mal os nossos e interesses.
Aprendemos muito com o Mercosul, onde a sociedade e os nossos representantes não perceberam, na época de sua implantação, a sua importância estratégica. Da mesma forma, não soubemos negociar quando abrimos as nossas fronteiras para o mercado externo, sem solicitar contrapartidas.
Na OMC – Organização Mundial do Comércio, onde as regras do comércio internacional são definidas, temos pouquíssima representação e uma equipe em que a maioria dos membros são mal preparados, que são trocados constantemente, prejudicando as seqüências de negociações e as estratégias a serem utilizadas.
Em várias situações ocorridas recentemente, como por exemplo: no caso da vaca louca com os canadenses, as restrições às exportações do açúcar, do suco de laranja, do aço mostram que precisamos, urgentemente, nos aperfeiçoarmos na arte de negociar.

Agora, mais do que nunca, com a aproximação da ALCA, do NAFTA e o recente interesse de aproximação comercial da União Européia com o Mercosul, precisamos estar alertas, preparados e com um bom time de negociadores, pois eles não estão dispostos a perder.
Sabemos que os EUA já estabeleceram os subsídios para seu setor agrícola nos próximos 10 anos. Isto evidencia a sustentação de preços que garante a renda dos produtores norte-americanos independente dos preços de mercado.
Por sua vez, a União Européia – UE já deixou claro que, se os seus subsídios agrícolas fossem eliminados, 5 milhões de agricultores europeus desapareceriam. É importante observar que tanto a UE quanto a ALCA têm interesse no grande mercado do Mercosul, em especial no Brasil.
Apesar das atenções do mercado internacional estarem voltadas para o ato terrorista contra os Estados Unidos, esta é a hora de colocarmos, de forma planejada, coerente e profissional, uma firme posição contra o protecionismo que distorce os preços e inibe a competição, prejudicando todo nosso agronegócio.
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