A FAO – Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (Food and Agriculture Organization of the United Nations), divulgou alguns dados sobre o nosso país que merecem toda nossa atenção, análise e reflexão.
O Brasil, em 1998, com toda sua extensão territorial e vocação agropecuária atingiu apenas 3,55% do mercado agrícola mundial. É importante observar que, mesmo assim, atingimos 20% do mercado mundial de café, 22% de soja e 14% de açúcar, mostrando uma concentração em poucos produtos.
Exportamos, neste mesmo ano, US$ 58 bilhões, colocando-nos em 24º maior exportador de produtos agrícolas, mas nossas vendas tinham crescido apenas 1% em relação ao ano anterior. De 106 países analisados, ficamos em 101º lugar em termos de exportação per capita; péssima posição e fazemos papel feio, sem dúvida.
Alguns indicadores de competitividade econômica entre países fornecem classificação muito baixa para o país:
- Fórum Econômico Mundial, na Suíça, classificou o Brasil em 46º lugar entre 53 países.
- IMD, também na Suíça, classificou o Brasil em 37º entre 46 países.
- SRI Internacional, dos Estados Unidos, classificou o Brasil em 83º entre 108 países.
Vejam que todos colocaram o Brasil em situação preocupante no cenário econômico mundial. Mas será que os líderes brasileiros estão preocupados com isso?
Nestes últimos anos, construímos uma forte indústria de um país em desenvolvimento, com qualidade e produtividade. Por outro lado, só produzimos 80 milhões de toneladas de grãos, enquanto os Estados Unidos produzem 240 milhões somente de milho.
.jpg)
Acorda Brasil... O nosso desenvolvimento e passagem para o primeiro mundo serão adquiridos com educação e crescimento do nosso setor agropecuário.
É, realmente, vergonhoso que tenhamos uma produção deste nível com o potencial que temos. Devemos solicitar aos nossos Ministros de Agricultura que, por favor, parem de comemorar e fazer festas na imprensa por super-safras de 85 a 90 milhões de toneladas. Isso soa como paranóia e nos expõe ao ridículo. Temos de comemorar 200 a 300 milhões de toneladas, que é o que deveríamos estar produzindo.
E outra coisa, já estamos cansados do ufanismo do "Brasil do amanhã".
O setor agrícola, tão importante e estratégico, foi deixado de lado por longos anos, com a promoção de um modelo de crescimento que marginaliza grande parte da população e provoca concentração de rendas nas mãos de corporações internacionais, banqueiros e outros, mantendo um baixo nível de bem-estar social.
Acorda Brasil... O nosso desenvolvimento e passagem para o primeiro mundo serão adquiridos com educação para nosso povo e pelo crescimento do nosso setor agropecuário, só assim alcançaremos a sonhada e estratégica distribuição de renda e bem-estar social.
Este conteúdo pode ser publicado livremente, no todo ou em parte, em qualquer mídia, eletrônica ou impressa, desde que contenha um link remetendo para o site www.cpt.com.br.