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O trema fica totalmente abolido
Antes se escrevia: agüentar, argüição, eloqüente, tranqüilo, freqüência, freqüente, freqüentemente, cinqüenta, argüir, bilíngue.
Agora se escreve: aguentar, arguição, eloquente, tranquilo, frequência, frequentemente, cinquenta, arguir, bilíngue.
Exceção: O trema será mantido apenas nos nomes próprios estrangeiros e seus derivados, como Hübner, hübneriano, Müller, mülleriano, Schönberg, shönbergiano.
Uso do acento agudo nos grupos gue, gui, que, qui
Com a supressão do trema, deixa também de existir o acento agudo sobre o “u” tônico nos grupos gue, gui, que, qui.
Antes se escrevia: tu argúis, ele argúi, eles argúem, que eu averigúe, que tu averigúes, que ele averigúe, que eles averigúem, que ele apazigúe.
Agora se escreve: tu arguis, ele argui, eles arguem, que eu averigue, que tu averigues, que ele averigue, que eles averiguem, que ele apazigue.
Observação:
Nesse contexto, o Acordo Ortográfico estabelece que os verbos aguar, averiguar, apaziguar, apropinquar, averiguar, desaguar, enxaguar, obliquar, delinquir e afins, por oferecerem dois paradigmas, passam a aceitar duas grafias.
a)com a tônica no “u”, mas sem acento gráfico: eu averiguo, tu averiguas, que eles averiguem, eu enxaguo, eu desaguo, que eles desaguem;
b)fazendo tônicas as vogais “a” ou “i” do radical e marcando-as com o acento agudo: eu averíguo, tu averíguas, que eles averíguem, eu enxáguo, eu deságuo, que eles deságuem.
Comentários:
Essa dupla possibilidade de grafia, oferecida pelo Acordo, não pode significar total liberdade: No Brasil, a norma culta já fez suas opções.
A linguagem formal continuará preferindo as seguintes formas:
aguar: eu águo, tu águas, ele água, que eu águe;
apaniguar: eu apaniguo, tu apaniguas, que ele apanigue;
apaziguar: eu apaziguo, tu apaziguas, ele apazigua, que ele apazigue;
apropinquar: eu apropínquo, tu apropínquas, ele apropínqua, que ele apropínque;
averiguar: eu averiguo, tu averiguas, ele averigua, que ele averigue;
delinquir (defectivo, não tem a primeira pessoa do singular do presente do indicativo): tu delínques, ele delínque;
desaguar: eu deságuo, tu deságuas, ele deságua, que ele deságue;
enxaguar: eu enxáguo, tu enxáguas, ele enxágua, que ele enxágue;
obliquar: eu obliquo, tu obliquas, ele obliqua, que ele oblique.
Em Portugal, o trema já foi abolido há muito tempo. Mesmo assim, há os que sentem sua falta, pois não é raro ouvir, até de jornalistas, a palavra sequestro ser pronunciada como “sekestro”.
Agora, no Brasil, com a queda do trema, não será mais possível saber, pela simples grafia da palavra, se nos grupos gue, gui, que, qui o “u” deve ou não se pronunciado. Será preciso recorrer ao Vocabulário Ortográfico. Sempre que o “u”, nesses grupos é pronunciado, o Vocabulário Ortográfico coloca, depois da palavra, um “ü” entre parênteses: aguentar (ü), tranquilo (ü). Quando a pronúncia do “u” é livre, as duas possibilidades são apontadas, como acontece com antiguidade (u ou ü) líquido (u ou ü). É de esperar que essa prática se estenda aos outros dicionários.
Até agora escrevíamos ele argúi (3ª pessoa do singular do presente do indicativo) e eu argüi (1ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo). Com a nova grafia, teremos ele argui e eu arguí.
O trema somente não fará falta em palavras como bilíngue e águe, já que o acento se justifica exatamente pelo fato de, sendo o “u” pronunciado, tratar-se de palavras paroxítonas terminadas em ditongo “ue”, o que não ocorre, por exemplo, com dengue e distingue.
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Comentários

john
12 de out. de 2018Quero comprar livros manuais

Resposta do Portal Cursos CPT
15 de out. de 2018Olá John,
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Atenciosamente,
Mariana Caliman Falqueto