A oferta de etanol vem caindo a cada ano, sobretudo nos meses de entressafra da cana-de-açúcar, principal matéria-prima usada na produção do álcool combustível. Por isso, algumas pesquisas estudam alternativas viáveis à cana. Uma delas é o sorgo sacarino, analisado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em parceria com uma empresa de grande porte.
Na unidade da Embrapa Milho e Sorgo, localizada no município de Sete Lagoas, em Minas Gerais, há pouco mais de um ano, os pesquisadores analisam a viabilidade do uso do sorgo sacarino como alternativa para a produção de etanol. Até agora, os testes realizados em quatro usinas em diferentes estados (Minas Gerais, Goiás, São Paulo e Mato Grosso) têm mostrado bons resultados.
A pesquisa é desenvolvida em parceria com a Embrapa Agroenergia (Brasília-DF). Segundo os pesquisadores, as usinas ficaram bastante satisfeitas com o retorno obtido com o sorgo. A expectativa é de que outras quatro usinas se envolvam no projeto já na próxima safra.
O trabalho envolveu desde o desenvolvimento de um sistema produtivo e de beneficiamento adequado ao sorgo sacarino até a transferência de tecnologia para as usinas. Cada uma delas recebeu um treinamento voltado para as próprias necessidades. Por enquanto, a Embrapa disponibilizou apenas a variedade BRS 506, mas se prepara para distribuir a BRS 508 e a BRS 511 já na próxima safra.
Os resultados da produção mostraram os avanços da pesquisa. A produtividade foi de 40 a 50 toneladas de colmo por hectare, enquanto se fabricou de 62 a 70 litros de etanol por tonelada. A média das usinas foi de uma produção de 2.480 a 3.500 litros de combustível. Segundo os pesquisadores, o sorgo é uma opção bastante viável, pois tem uma durabilidade maior na lavoura, e os custos de produção estão sendo reduzidos. Assim, eles acreditam que o interesse pelo cultivo de sorgo sacarino deve subir nos próximos anos.
Por: Maria Clara Corsino.
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