Na última semana, a saca de café foi cotada a US$ 276 na Bolsa de Nova York, o maior preço em 13 anos.
Produtores brasileiros de algodão, café, laranja e cana estão acreditando na forte tendência do aumento do preço das matérias-primas no mercado internacional. Até setembro, o setor de exportação agrícola obteve uma renda extra de R$ 40 bilhões.
O disparo das commodities agrícolas é o reflexo da grande demanda mundial, alavancada pela China. O dólar, em níveis cada vez mais baixos, acelera a procura por commodities como alternativa de investimento, o que impulsiona ainda mais os preços das matérias-primas brasileiras.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comemorou o desempenho das exportações de matérias-primas e afirmou que “está chegando a hora em que as commodities estão ficando mais valiosas dos que os tais produtos manufaturados”. Ele lembrou que, anos atrás, o que se dizia era que o país não poderia continuar a ser exportador de itens básicos e precisava vender mais bens industrializados.
De acordo com o professor Dr. Mauri Martins Teixeira, no curso Passo a Passo para se Obter Café de Qualidade, elaborado pelo CPT – Centro de Produções Técnicas, “ normalmente, a qualidade das matérias-primas da agricultura encontram-se associadas à variedade cultivada, altitude do local, condições climáticas, tratos culturais adotados na lavoura e técnicas de pré-processamento”.
A mestre zootecnista, Patrícia Tristão, tutora do Portal de Informações do CPT , completa dizendo que “o Brasil alcançou índices tão altos porque investiu em pesquisas. O país tem se destacado nos estudos de desenvolvimento de variedades que facilitem o manejo e garantam, ao produtor, qualidade e um menor índice de perdas”.
Nos primeiros nove meses deste ano, as exportações de 27 matérias-primas, contendo algumas não agrícolas, trouxeram uma lucratividade de US$ 84,8 bilhões ao Brasil. São US$ 24 bilhões, ou seja, R$ 40,3 bilhões a mais em relação ao mesmo período de 2009. De acordo com José Augusto de Castro, vice-presidente executivo da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), “a explosão dos preços das commodities, a partir do segundo semestre, vai aparecer na receita de muitos produtos agrícolas no ano que vem, como o algodão, que atingiu a maior cotação em 140 anos”.
Na última semana, a saca de café foi cotada a US$ 276 na Bolsa de Nova York, o maior preço em 13 anos. O preço da caixa de laranja também aumentou duas vezes e meia nesta safra, acompanhando a alta do suco no mercado externo.
Por: Ariádine Morgan
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