Plantio direto ajuda na redução de ervas daninhas

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Afonso Peche, professor do Curso a Distância CPT Plantio Direto, contextualiza que o plantio direto consiste em cultivar o solo sem realizar as conhecidas operações de plantio convencional, tendo como principal objetivo a conservação dos solos. Este sistema tem várias vantagens, como controle da erosão e melhoria das condições de temperatura e umidade favorecendo o desenvolvimento das culturas.

A Embrapa Hortaliças realizou um experimento comparando o sistema de produção de plantio direto com o sistema convencional, analisando o controle de plantas daninhas no plantio de tomate entre duas culturas de grãos, milho e soja, nesse caso. O resultado foi significativo, mostrando uma redução de 85,9% da infestação de daninhas na lavoura de tomate rasteiro no sistema de plantio direto.

Núbia Correia, pesquisadora responsável pelo experimento relatou que alguns produtores já estão acostumados a, após o cultivo de grãos através do plantio direto, optam pelo sistema convencional de aração e gradagem quanto vão plantar tomate. O estudo mostrou que o benefício é muito maior, quando o sistema de plantio direto se mantém ao cultivar tomate em sucessão.

Nos dois sistemas de produção, ainda de acordo com a pesquisadora, o tomate não apresentou diferença estatística na produtividade. Porém, com a redução das plantas daninhas na área com palhada de milho, houve também, uma redução da necessidade de herbicidas, o que significa economia para o produtor e preservação ambiental. No plantio direto, uma aplicação foi suficiente, enquanto no sistema convencional, foram 4 aplicações.

O cultivo de milho gerou 10 toneladas de palhadas por hectare. Em maio do ano passado, o tomate foi plantado com a finalidade de observar a influência dessa palhada na dinâmica de infestação por plantas daninhas. A palhada foi responsável por formar uma barreira física e por melhorar a fertilidade do solo, podendo, ainda, ter liberado substâncias químicas que inibiram a germinação de plantas daninhas, transformando a palhada em um herbicida natural.

Os pesquisadores pretendem, ainda, realizar outros estudos com consórcio de milho e braquiária, dado que quanto mais palha, menor o aparecimento de plantas daninhas. Os benefícios acontecem em “cascata”, pois o tomate se beneficia e, em seguida, a soja também se beneficiará. Após a colheita do tomate, a equipe plantou a soja e analisará as ocorrências de ervas daninhas no plantio dela.

A ordem milho-tomate-soja ou soja-tomate-soja geralmente é adotada pelo setor produtivo, sem o costume de manter a palhada para cultivar o tomate. O estudo tem como objetivo incentivar o plantio direto durante o ciclo do fruto também.

A palhada de soja é menos produtiva, apresentando cerca de 2 toneladas por hectare, enquanto a de milho apresenta 10. Ainda, a decomposição é diferente: a de soja é mais rápida, enquanto a de milho é mais lenta, devido à alta relação carbono/nitrogênio presente nela.

Por fim, a pesquisadora ressalta a importância do uso do plantio direto, com a intenção de conscientizar produtores quanto à redução do uso de herbicidas no cultivo do tomate, gerando um impacto extremamente positivo na produção.

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Fonte: Canal Rural – canalrural.com.br/noticias/agricultura/plantio-direto-reduz-infestacao-plantas-daninhas-72837
por Renato Rodrigues