
Um dos objetivos do último Plano Safra do governo do presidente Lula é mostrar que a agricultura brasileira pode ser sustentável. Segundo afirmação do próprio presidente, “todos criticam a agricultura porque ela atinge o meio ambiente, mas nós precisamos mostrar o outro lado”. O ABC - Programa Agricultura de Baixo Carbono, disponibilizará R$ 2 bilhões para financiar práticas na lavoura que reduzam a emissão dos gases-estufa, como o sistema de integração lavoura-pecuária-floresta e a recomposição de áreas de preservação ambiental.
Além desse valor, o agricultor que adotar sistemas de plantio direto na palha, que não revolve o solo e emite menos carbono, poderá obter 15% a mais do valor nos financiamentos."A agricultura sempre protegeu o meio ambiente, mas agora poderá contribuir significativamente para as metas de Copenhague", afirmou o Ministro da Agricultura, Wagner Rossi. A meta brasileira é reduzir, em uma década, entre 36,1 e 38,9% a emissão de gases que causam o efeito estufa.
O Ministério quer, ainda, recuperar 15 milhões de hectares de terras degradadas em dez anos, integrar lavoura-pecuária-floresta em 4 milhões de hectares no mesmo período, além de aumentar em 3 milhões de hectares as florestas plantadas. Os programas incentivados pelo governo poderão sequestrar até 165 milhões de toneladas equivalentes de gás carbônico por ano, pouco menos de 10% do que o Brasil emite anualmente.
De acordo com o professor Joe Carlo Viana Valle, no curso Como Tornar sua Fazenda Orgânica, desenvolvido pelo CPT – Centro de Produções Técnicas, “os princípios da agricultura sustentável envolve a conservação dos recursos naturais sem perder a manutenção de altos níveis de produtividade. A redução de emprego de energia e insumos, promoção do regresso ao solo e reciclagem da matéria orgânica e nutrientes, além do incremento do múltiplo uso da terra, são outros objetivos da agricultura ecológica”.
Outra preocupação do governo é com a armazenagem do etanol. O programa de financiamento para estimular a estocagem do mesmo terá juro reduzido de 11,5 para 9% ao ano e recursos de R$ 2,4 bilhões. Rossi destacou que a iniciativa, além de diminuir o gargalo, possibilita ao produtor vender sua safra quando desejar, ficando menos vulnerável ao mercado.
Os agricultores também serão incentivados a construir armazéns em suas propriedades para estocar grãos e outras produções. Dessa maneira, o produtor poderá guardar o que produzir para vender quando o preço estiver bom. Estima-se que em três anos haverá o retorno desses investimentos.
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