Pesquisadores criam coquetel para produção de biodiesel

O Brasil figura como um dos maiores produtores de etanol no mundo, ao lado dos Estados Unidos.

O Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IFSC/USP) vem desenvolvendo um coquetel com o objetivo de promover maior aproveitamento da cana-de-açúcar na produção de etanol e utilizar novas matérias-primas no processamento de biodiesel.

De acordo com a Agência USP, o coquetel contém fungos produtores de enzimas. Essas, injetadas em biomassas específicas para a produção de combustíveis, como o bagaço de cana, tornam-se mais maleáveis, potencializando a obtenção do etanol.

Segundo o coordenador da pesquisa, o professor Igor Polikarpov, no processo de produção de etanol a partir da cana, o caule da planta é cortado e transportado para a usina, onde será esmagado. Aproveita-se o líquido para a fabricação de açúcar e o resto é queimado. Mas é possível utilizar esse bagaço para obter etanol. “Por esse novo processo, pode-se aumentar a produção em pelo menos 150% ”, argumenta.

O professor Paulo Suarez, doutor em ciências dos materiais, explica que, no Brasil, desde 1930, vários esforços foram feitos por autoridades governamentais, universidades e institutos de pesquisa para incorporar fontes renováveis de combustíveis na matriz energética. Ele lembra do PRO-ÁLCOOL como uma experiência de excelência.

“O programa, iniciado em 1980, implementou e regulamentou o uso do etanol obtido a partir de cana-de-açúcar como combustível alternativo para motores do ciclo Otto, seja pelo uso direto de etanol hidratado ou o de misturas de gasolina e etanol anidro”, diz, no curso Produção de Biodiesel, desenvolvido em parceria com o CPT – Centro de Produções Técnicas.

O Brasil figura como um dos maiores produtores de etanol no mundo, ao lado dos Estados Unidos. Juntos, os dois países são responsáveis pelo abastecimento de 75% do consumo mundial do combustível. Os estudos do IFSC contam com a parceria de pesquisadores da União Européia. Esse apoio é algo muito importante, pois além do conhecimento que será absorvido, a pesquisa brasileira está inserida às mundiais.

Por: Ariádine Morgan

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