Segundo uma pesquisa de doutorado realizada no Cena – Centro de Energia Nuclear da Agricultura, da USP, em Piracicaba, somente 30% do pescado produzido no Brasil é aproveitado. Os outros 70%, vísceras e cabeça, são jogados fora, o que além de desperdício, pode gerar graves impactos ambientais.
Para tentar resolver o problema, a engenheira agrônoma Lia Ferraz de Arruda Sucasas, coordenadora da pesquisa, estudou um método para reaproveitar as sobras do pescado. Uma solução encontrada foi usá-las como farinha, hidrolisados protéicos, silagem e óleo. Ela explica que a silagem e a farinha de peixe podem servir para a fabricação de fertilizantes e na alimentação animal. Segundo a pesquisadora, a liberação de proteínas com a decomposição do material ajuda na conservação desses produtos.
Já as vísceras, com alto valor nutritivo, poderiam ser usadas na fabricação de alimentos funcionais e suplementos. “As gorduras dos resíduos poderiam ser usadas na produção de biocombustível ou fonte de lipídios e ácidos graxos poliinsaturados”, acrescentou a pesquisadora.
O médico veterinário José Eduardo Aracena, professor do Curso Criação de Peixes, elaborado pelo CPT – Centro de Produções Técnicas, afirma que o método, além de evitar que esses materiais contaminem o ambiente, ainda pode aumentar a renda dos pescadores e a sustentabilidade do setor pesqueiro.
Por: Maria Clara Corsino.
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