Pesquisadores da Embrapa desenvolveram um equipamento que permite diagnosticar o amarelão antes mesmo que a planta apresente os sintomas. O resultado é obtido em três segundos, é preciso, apenas, passar o laser em uma das folhas. Dessa forma, são identificadas alterações químicas, que são comparadas em um banco de dados.
No computador, estão armazenadas informações sobre quatro variedades de citros e o comportamento das mesmas com e sem a doença. “Assim como os seres humanos, as plantas, uma vez infectadas, passam por transformações químicas. O que fazemos é medir a transformação química pela qual a planta passa. Isso serve como ferramenta de diagnóstico”, disse Débora Milori, física da Embrapa. Em maio, o equipamento será testado em campo.
De acordo com o professor Paulo Antônio D'Andréa, no curso Cultivo Orgânico de Citros, elaborado pelo CPT – Centro de Produções Técnicas, “o amarelão, também conhecido como greening, é uma das piores doenças no cultivo de citros. Faz as folhas ficarem amarelas e caírem de forma intensa, os frutos ficam mal formados e, também, caem. Essa doença é causada por uma bactéria transmitida pelo inseto psilídeo. A planta leva de três a quatro anos para apresentar os sintomas. Em até três anos após o diagnóstico, a planta já está economicamente inviável”.
A praga é silenciosa e, mesmo com aspecto saudável, os cultivares infectados espalham prejuízo. Por isso, ganhar tempo no diagnóstico diminui as perdas ocasionadas. A rapidez é a vantagem do sistema pesquisado. No primeiro mês de contaminação, a chance de acerto na identificação da doença é de 90%.
Atualmente, o controle é feito por inspetores que visitam os pomares e verificam se as folhas estão deformadas e com aparência amarelada, de forma visual. A única maneira de solucionar o problema é a erradicação do pé.
A doença chegou ao Brasil em 2004. O Fundo de Defesa da Citricultura estima que quase metade das plantas doentes continuem sendo cultivadas no campo, por causa de falhas na inspeção. O último balanço realizado pela Defesa Agropecuária apresentou aumento de 50% no número de plantas erradicadas no segundo semestre de 2009, em comparação ao primeiro. Estima-se que em um ano o prejuízo para o setor seja de R$ 50 milhões.
Para o professor D'Andréa, também consultor em agricultura orgânica, é recomendável empregar algumas medidas preventivas, para evitar problemas fitossanitários na lavoura, entre eles “a utilização de mudas sadias; a instalação de quebra-ventos; o uso de material próprio, que deve ser desinfetado após as podas; a eliminação de frutos doentes e caídos, na colheita ou antes da florada. É preciso, também, fazer inspeções regulares no pomar”.
A citricultura brasileira tem sofrido com ciclos de enfermidade. Um dos motivos que contribui para isso é a monocultura. O segredo para evitar essas pragas é adquirir mudas sadias e ter um grande controle sobre os insetos causadores das doenças. Manter inspeção constante dos pomares é essencial, assim, evitam-se surpresas com avanços de doenças.
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Comentários

Daniel Bortoluzzi
29 de jul. de 2012Onde eu acho esse aparelho para comprar com urgência?

Resposta do Portal Cursos CPT
20 de set. de 2012Olá, Daniel!
Recomendamos que procure a Embrapa de sua região para saber mais sobre o equipamento em questão.
Atenciosamente,
Ana Carolina dos Santos