
A pecuária tradicional e extensiva da região pantaneira contribui para a preservação ambiental. Um estudo promovido pela Embrapa Pantanal em conjunto com organizações não-governamentais comprovou que 87% da vegetação nativa da região está intacta.
O pesquisador José Aníbal Comastri Filho diz que a atividade é praticada no Pantanal há 270 anos e que, ainda assim, esse é o ecossistema mais conservado do Brasil. “O Pantanal deveria servir de exemplo para outras regiões do Brasil e do mundo. Esse estudo pode ser considerado um marco zero para efeito de acompanhamento do desmatamento na área, confirmando que a pecuária tradicional contribuiu para a manutenção da biodiversidade na planície pantaneira”, acrescenta Comastrini.
Para que a pastagem possa estar sempre com boa qualidade, é preciso manter um sistema de irrigação de pastagens após a época da cheia. A construção de barragens e a crescente demanda de irrigação para as plantações têm sido responsável por alterações na dinâmica hidrológica local, interferindo no equilíbrio do sistema.
De acordo com o professor Dr. Márcio Mota Ramos, no curso Irrigação em Pequenas e Médias Propriedades, elaborado pelo CPT – Centro de Produções Técnicas, “a irrigação traz muitos benefícios ao meio rural. Entretanto, ela deve ser encarada como um processo de suprimento de água para as culturas, na quantidade e na hora correta, evitando, assim, desperdícios de água e gastos desnecessários. É através do manejo bem conduzido que o produtor fará economia de água e de energia, fornecendo às culturas e às criações apenas a quantidade de água necessária em cada ocasião, e não operando sempre o seu sistema na máxima capacidade”.
Assim, é possível desenvolver um sistema de pastagem ecológica, que agrega boa alimentação para os bovinos e preservação do meio ambiente, além de apresentar custo menor em relação ao sistema convencional. Para o professor Jurandir Melado, no curso Formação e Manejo de Pastagem Ecológica, elaborado pelo CPT - Centro de Produções Técnicas, “no sistema ecológico, como no método convencional, se gastaria com cercas e sementes, porém, não há custos com máquinas e mão-de-obra e os valores são reduzidos de 5 a 10 vezes em comparação ao que se gastaria com o sistema tradicional”.
Os resultados do relatório publicado pelas ONGs apontam que a produção pode conviver com o meio natural, adaptando-se às suas condições e gerando menor impacto sobre a biodiversidade e os demais serviços ecossistêmicos. É graças a isso que os brasileiros conseguiram manter praticamente intacto um dos Patrimônio da Humanidade.
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