Fazer uso do solo visando à produção vegetal, seja de madeira, frutas, grãos, alimentos para animais entre outros é algo indispensável para a vida humana. "No entanto, é preciso compreender que o solo é o elemento mais importante do setor produtivo, pois é a fonte de nutrientes e de água para as plantas, além de ser o elemento de sustentação que possibilita o seu estabelecimento e desenvolvimento", afirma Dr. Caetano Marciano de Souza, formado em Agronomia, Doutor em Fitotecnia, Professor Titular da Universidade Federal de Viçosa - UFV, Especialista em Manejo de Culturas e Solos e em Preparo e Conservação de Solo e Água.
O uso indevido, muitas vezes associado a práticas mecânicas de preparo em que se promove o revolvimento da camada agricultável, pode expor o solo a processos intensos de erosão se cuidados específicos não forem tomados. Apesar de ser um processo natural, a erosão intensificada principalmente pela ação do homem é o principal processo de perda de solo e de empobrecimento do mesmo. Neste sentido, “é fundamental conhecer as técnicas que permitem fazer uso do solo de forma sustentável, ou seja, com o menor impacto sobre o mesmo, o que lhe garante longevidade, sem falar nos benefícios alcançados pela possibilidade de se obter maior aproveitamento das águas das chuvas”, comenta Dr. Caetano.
Sabe-se que toda a água que brota na superfície do solo, através das nascentes, que formam e mantêm os rios e lagos, bem como a água que é extraída de poços subterrâneos é proveniente das chuvas. Ela cai sobre a superfície do solo, infiltra e percola até camadas mais profundas onde fica armazenada nos aquíferos subterrâneos. “Solos degradados ou mal manejados dificultam a infiltração da água o que resulta em menor volume nos aquíferos subterrâneos e em maior quantidade escoando sobre a superfície, o que contribui ainda mais para a intensificação dos processos de erosão”, ressalta o professor.
Ao escoar sobre a superfície, em grande volume e velocidade, parte da camada superficial do solo é arrastada para as partes mais baixas dos terrenos onde geralmente encontram-se os cursos d'água. Nesses locais, o volume de terra arrastada se deposita, reduzindo o volume dos leitos dos rios e lagos. A este processo, dá-se o nome de assoreamento. “Em uma linguagem mais simples, pode-se dizer que a erosão transporta o solo das áreas agricultáveis para o leito dos rios da propriedade, causando uma série de efeitos indesejáveis”, esclarece o agrônomo
“Dessa forma, a necessidade de conhecer as técnicas mecânicas de conservação de solo e de água é iminente. Além disso, é preciso saber colocá-las em prática de forma eficiente. Para que os prejuízos sejam minimizados e os benefícios alcançados, finaliza Dr. Caetano.
* Dr. Caetano Marciano de Souza é o professor responsável pelo Curso a Distância CPT Técnicas Mecânicas de Conservação de Água e Solo.
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Por Silvana Teixeira.
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