Uma recente opção econômica para os produtores é aprovada. Após cinco anos de pesquisa, realizada pelo Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo (Cena/USP), em cultivos de cana-de-açúcar e eucalipto, o lodo de esgoto doméstico terá um novo destino mais nobre: as lavouras. Rico em nitrogênio e fósforo, o resíduo de lixo doméstico reciclado será tratado e substituirá, parcial ou totalmente, a aplicação de adubo mineral.
A pesquisa concluiu que em lavouras de cana, a aplicação do lodo tratado supre em 100% o uso do adubo mineral nitrogenado e em 30% o adubo fosfatado mineral. Logo, o produtor teria apenas que complementar a adubação com potássio. Conforme afirma o pesquisador Jorge Lemainski, da Embrapa Cerrados, além de economizar em fertilizante, o produtor ganha em produtividade. Com base em critérios agronômicos, os dados do estudo mostram que a aplicação do lodo "reciclado" aumentou 23%, comparado à área que recebeu adubo mineral convencional. Testes feitos com milho e soja também apresentaram resultados positivos.
De acordo com o professor Júlio César Neves, no curso Aplicação Econômica de Adubos, elaborado pelo CPT – Centro de Produções Técnicas, “além do fornecimento de nutrientes, os adubos orgânicos possuem um papel fundamental: o fornecimento de nutrientes orgânicos para melhorar as propriedades físicas e biológicas do solo”.
Antes de ser usado na agricultura, o lodo passa por processos de sanitização que diminuem a quantidade de patógenos e tornam o material seguro. Com o tratamento adequado pelas companhias de saneamento, a quantidade de agentes contaminantes, como coliformes fecais e ovos de helmintos, é desprezível, o que torna a aplicação segura do ponto de vista sanitário. A presença de metais pesados também é insignificante. No entanto, é necessário que se use equipamentos de proteção individual para prevenir os aplicadores contra contaminações via oral. Lodo de boa qualidade para a agricultura deve ser sanitizado e não pode ter mau cheiro.
O produtor interessado em utilizar o lodo deve, por lei, apresentar um projeto agronômico assinado por um engenheiro agrônomo ou florestal à companhia de saneamento de sua região, que também segue determinações legais para tratar o lodo corretamente e torná-lo adequado para a lavoura.
Por: Ariádine Morgan

Basta preencher os campos abaixo para receber o material por e-mail:
Este conteúdo pode ser publicado livremente, no todo ou em parte, em qualquer mídia, eletrônica ou impressa, desde que contenha um link remetendo para o site www.cpt.com.br.
Deixe seu comentário
Informamos que a resposta será publicada o mais breve possível, assim que passar pela moderação.
Obrigado pela sua participação.