
Nos últimos dez anos, ações de fiscalização apreenderam 373 toneladas de produtos ilegais, que resultaram em prejuízos de US$ 4 bilhões.
Na luta para alcançar altos resultados com baixos custos, agricultores têm investido em tecnologia, capacitação, gestão, entre outros. No entanto, priorizando os mínimos custos, alguns estão utilizando de armas que ao invés de protegê-los e defendê-los está expondo-os a mais perigos com o risco de grandes perdas.
O uso de defensivos contrabandeados e falsificados, cujo o preço no primeiro instante parece bem atrativo, acaba se tornando um “tiro pela culatra”. O uso pode acarretar problemas para a saúde do aplicador; do consumidor, uma vez que resíduos podem penetrar nos alimentos, solo, ar e água; ao meio ambiente; e ao produtor, que pode ter a perda total de sua lavoura.
O professor Dr. Rubens Alves de Oliveira, pesquisador Embrapa/Epamig, diz no curso Aplicação de Fertilizantes e Defensivos, elaborado pelo CPT – Centro de Produções Técnicas, que “o uso de produtos químicos na agricultura requer cuidados especiais, a fim de evitar danos à saúde humana e ao ambiente. Por essas razões, o produto deve possuir a licença do Mapa, Ibama e Ministério da Saúde, além de serem obedecidas as recomendações técnicas dos fabricantes e respeitadas as normas de segurança indicadas para cada produto”.
De acordo com o Mapa – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, é difícil ter dados precisos da quantidade de agroquímicos contrabandeados. Porém, nos últimos dez anos, ações de fiscalização apreenderam 373 toneladas de produtos, que resultaram em prejuízos de US$ 4 bilhões. Este ano, a polícia confiscou mais de 20 toneladas, um aumento de 12% em relação ao mesmo período do ano passado.
Segundo a lei, o produtor que for surpreendido com agrotóxicos ilegais terá que pagar multas, sua lavoura será destruída e ele não terá acesso ao crédito rural. Além disso, o contrabando provoca outro crime ambiental, pois como não tem como comprovar a origem das embalagens, elas não têm o destino correto.
Para Fernando Henrique Marini, gerente da Campanha de Combate aos Produtos Ilegais do Sindag – Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Defesa Agrícola, “o produtor pensa que o crime organizado existe apenas em grandes cidades. Mas, o agricultor tem que entender que ao comprar um produto contrabandeado ou falsificado, ele também está contribuindo com a criminalidade”.
Por: Ariádine Morgan
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