O plantio dos transgênicos só foi aprovado em 2004, através de uma medida provisória. Mas, desde 1997, agricultores do Rio Grande do Sul já produziam soja geneticamente modificada ilegalmente. A permissão para o cultivo não veio de uma hora para outra: foram vários anos de discussão no Congresso, com a participação de órgãos de pesquisa, produtores, órgãos ligados ao meio ambiente e até do Instituto de Defesa do Consumidor (IDEC).
A principal vantagem da soja transgênica, segundo os próprios produtores, é que ela possui menor custo de produção e o manejo é bem mais fácil. O gene de uma bactéria resistente ao glifosato, principal herbicida usado nas lavouras, foi introduzido na soja. Todas as plantas em volta dela morrem, menos a planta transgênica.
A semente da soja transgênica custa 20% mais do que a normal. Isso porque estão inclusos os royalties pagos pelo uso da tecnologia. Mas, ainda assim, os agricultores afirmam que compensa. No Rio Grande do Sul e no Mato Grosso, a maior parte da lavoura de soja é da variedade geneticamente modificada.
No entanto, o uso exagerado dessa tecnologia já dá sinais de risco. Algumas pragas da lavoura, como a buva, já estão se tornando resistentes ao glifosato. A buva se espalha por todo o país, e até agora não existe nenhuma solução para o problema. Por enquanto, não foi comprovado nenhum perigo para o ser humano, por isso os transgênicos foram permitidos.
O mestre em economia rural Alberto Martins Rezende, professor do curso Comercialização Agrícola, elaborado pelo CPT – Centro de Produções Técnicas, acredita que a maior inserção de transgênicos não deve afetar diretamente o mercado. No entanto, os distribuidores precisam ser honestos e avisar ao consumidor qual tipo de produto eles estão comprando.
Por: Maria Clara Corsino.
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