O papa argentino Francisco substituiu o papa alemão Bento XVI.Foto: Reprodução.
Cada pessoa traz consigo peculiaridades. É normal que diferentes pessoas reajam de diferentes maneiras diante de uma mesma situação. Eis aí a graça do ser humano. Somos originais, únicos. Possuímos um conjunto de características, habilidades e conceitos que exprimem nossa autenticidade.
No papado, tivemos uma troca de representante. O Papa Francisco substituiu Bento XVI no cargo mais alto da igreja católica. Desde então, surgiram recorrentes comparações entre o novo e o antigo Papa. De fato, o ser humano tende a aceitar sempre que os objetos comparados tenham uma relação considerável.
Quando trata-se da troca de um líder, as comparações e analogias são ainda mais intensas, devido à significância que o posto representa. Questionamentos surgiram tão subitamente quanto a renúncia de Bento XVI. Como é o novo Papa? O que ele tem de diferente em relação ao antigo Papa? Essas e outras perguntas pairam imediatamente na sociedade católica. Vamos conhecer um pouco melhor cada um deles e tentar compreender as possíveis implicações dessa mudança.
O Papa Francisco, cujo nome é Jorge Mario Bergoglio, como todos sabem, é argentino, sendo o único primeiro pontífice não europeu em mais de 1200 anos. Outra peculiaridade de Jorge é que ele é o primeiro papa jesuíta da história.
O novo Papa também se configura por ser bastante simples e carismático. Com um sorriso frequente estampado no rosto, Francisco mantém hábitos franciscanos. Só se locomove por meio de transporte público. Até pouco tempo, era ele quem preparava a própria refeição. Além disso, costuma viver em quartos pequenos, sem nenhuma excentricidade. Tanto é que, há poucos dias, abriu mão de boa parte dos seus aposentos no papado, por achar demasiado diante de suas necessidades.
Com relação aos seus conceitos, o Papa se posiciona contra o aborto e a eutanásia. Também faz oposição ao homossexualismo, batendo de frente com a legislação do seu país de origem, que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo. No entanto, o Papa prega que os homossexuais devem ser respeitados. Francisco defende uma sociedade mais igualitária, com uma distribuição de renda e bens mais equânimes.
Muitos outros detalhes, de menor ou maior expressão, poderiam ser comentados aqui, mas o fato é que o Papa Francisco tem um perfil diferente do seu antecessor. Parece carregar consigo uma vitalidade maior, um carisma aparente. Talvez sua origem latina explique isso.
Bento XVI também era um homem de valores honrosos, que pregava a simplicidade e cultuava os princípios tradicionais da igreja católica. Mas a troca de Papas deixou clara a diferença de estilos. O ex-Papa, talvez pela sua idade já avançada, não os demonstrava, tornando-se uma figura mais apagada, tendo sua representatividade um pouco ofuscada por sua falta de energia.
O que se viu na troca do Papa foi uma clara troca de perfis. A igreja buscou nomear alguém com mais potencial para cativar as pessoas e, por meio disso, fortalecer as suas influências. Seria realmente esse o objetivo da Igreja? O que posso afirmar é que muitos fiéis estão curiosos para saberem como o novo Papa conduzirá a liderança do papado.
Em qualquer organização, a quebra e a mudança no estilo atual causa implicações. Algumas delas podem gerar avanços, outras, retrocessos. Com a Igreja católica não será diferente. Nos resta aguardar o que essas mudanças, de fato, irão acarretar.
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Por: Victor Monteiro Lopes
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