A produção das forrageiras é estacional, variando em quantidade e qualidade nas diferentes épocas do ano. Normalmente, é possível produzir forragem em boa quantidade durante seis meses, dependendo da distribuição das chuvas e da temperatura.
Em sistemas irrigados, por causa da variação da temperatura, pode-se antecipar ou aumentar o período de pastejo. Mas, a irrigação de pastagens só é viável economicamente se o custo for menor do que o valor da silagem de milho corrigida para proteína bruta.
Em algumas regiões há, ainda, o problema do fotoperíodo e da temperatura mínima, que limitam a resposta à irrigação durante a época da seca. Dessa forma, mesmo irrigando a pastagem, é preciso suplementá-la durante dois meses ou mais.
De acordo com pesquisas já comprovadas, a cana-de-açúcar corrigida com 1% de uréia é uma alternativa de suplemento muito viável, sendo melhor que capim passado, com mais de 60 dias de idade, para produção de volumoso. Essa tem digestibilidade em torno de 60%. É composta, enquanto matéria seca, com cerca de 50% de açúcares e 50% de fibra FDN, a fibra em detergente neutro. O teor de açúcares é totalmente aproveitado pelos micro-organismos do rúmen, porém, dos 50% de FDN, apenas 20% a 30% são digeridos. Ou seja, o valor energético da cana é de 60 a 65%.
Para o professor Dr. Fermino Deresz, no curso Produção de Leite a Pasto, elaborado pelo CPT - Centro de Produções Técnicas, “os 50% de FDN limitam o potencial da cana-de-açúcar como alimento volumoso exclusivo. Entretanto, a maioria dos produtores que utilizam a cana como suplemento deixa as vacas a pasto. Dependendo do mês do ano, o pasto ainda pode fornecer alguma parcela significativa no consumo de matéria seca, especialmente se o manejo do mesmo for em sistema rotativo. A combinação desses dois fatores permite o bom desempenho do rebanho. Se a vaca conseguir pastejar 2,5 kg de matéria seca por dia, equivalerá a 5 kg de leite. O restante da produção deve vir da suplementação concentrada, que dependerá do nível de produção”.
Quanto à opção de se cultivar cana-de-açúcar ou silagem de milho, a escolha vai depender das facilidades de equipamentos para silagem ou da topografia. Para um grande número de produtores, a cultura da cana-de-açúcar é a melhor opção para a época da seca. Entretanto, para aqueles com vacas de maior potencial de produção e que têm à disposição as facilidades de máquinas e equipamentos, a silagem de milho é a melhor escolha.
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