O sequenciamento do genoma das raças zebu pode ajudar no melhoramento genético e desenvolvimento da pecuária.
Em 2009, a revista Science publicou o resultado do trabalho de mapeamento do genoma bovino. O estudo foi feito com a participação de mais de 300 cientistas de todo o mundo, inclusive do Brasil. Na época, a pesquisa foi realizada com uma vaca da espécie Bos taurus taurus, da raça Hereford, de origem europeia. Agora, 3 anos depois, cientistas brasileiros devem anunciar o sequenciamento das raças zebuínas Gir Leiteiro e Guzerá, de origem indiana.
O anúncio será feito durante a 78º edição da Exposição Internacional das Raças Zebuínas (ExpoZebu), que acontece entre os dias 28 de abril a 10 de maio, no parque de exposições Fernando Costa, em Uberaba, MG. Além de representantes da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), estarão presentes o secretário de Estado de Ciência e Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais, Nárcio Rodrigues, o chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, Duarte Vilela, e representantes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
O chefe-adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Gado de Leite, Rui Verneque, afirmou que o sequenciamento das raças zebu é um grande passo, tendo em vista a grande importância econômica delas para o Brasil e outros países tropicais. Ele explicou que esses animais são rústicos e se adaptaram melhor às regiões com temperaturas mais altas.
A pesquisa com as raças zebuínas tem despertado interesse em todo o mundo. O pesquisador da Embrapa Gado de Leite, Marcos Vinícius da Silva, coordenador do projeto, explicou que os resultados do sequenciamento do genoma das raças europeias e indianas podem resultar no desenvolvimento e em uma melhor seleção de ambos os grupos de animais.
Para o Brasil, o estudo é importante, já que a maioria do gado bovino do país é de origem zebu (Nelore, Gir, Guzerá e Indubrasil), além dos mestiços entre si e com raças europeias. Os pesquisadores ainda pretendem mapear o genoma das raças Sindi e Girolando. O estudo é coordenado pela Embrapa Gado de Leite, com o apoio da UFMG, da Fiocruz, do Instituto René Rachou e da ABCZ.
Por: Maria Clara Corsino.
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